Arquitetura e Representações de criança, infância e Educação Infantil nas Unidades Educativas da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis (Santa Catarina- Brasil)
Arquitetura escolar. Criança. Educação infantil. Infância. Representações.
Trata-se de uma pesquisa de cunho histórico-documental, apoiada em uma abordagem qualitativa, sob o ponto de vista da História da Educação (BARROS, 2015) e da História Cultural. Está vinculada a linha de pesquisa Processos formativos e políticas educacionais do Programa de Pós-graduação em Educação, nível de mestrado, do Instituto Federal Catarinense Campus Camboriú, ao grupo de estudo e pesquisa em educação, formação de professores e processos educativos, (IFC), bem como ao grupo de pesquisa e experiências sobre Cultura Material Escolar (UFPR). Apresenta-se como questão problema: Como a arquitetura e os elementos de sua composição nas/das unidades educativas públicas de Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis (RMEF), localizada no Estado de Santa Catarina - Brasil possibilitam a compreensão de representações de criança, infância e educação infantil construídas social e historicamente? Tem-se como objetivo central analisar como a arquitetura e os elementos de sua composição nas/das unidades educativas públicas de Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis (RMEF), localizada no Estado de Santa Catarina - Brasil possibilitam a compreensão de representações de criança, infância e Educação Infantil construídas social e historicamente. O percurso teórico-metodológico escolhido mobiliza o conceito de representação proposto por Chartier (1989; 1991; 2009) e as contribuições trazidas pela revolução francesa da historiografia e difundida pelo movimento dos Annales; mobiliza o conceito de estruturas arquitetônicas escolares, propostas por Frago e Escolano (1998) e Bencostta (2001); na perspectiva de compreender as fotografias como linguagem, com valor de imagem/texto, e percebê-las como fontes de pesquisa, apresenta as teorias de Kossoy (2014) e Bencostta (2011); traz em evidência as especificidades da Educação Infantil, a partir da Pedagogia da Infância, problematizadas por Ostetto (2000) e Rocha (2000); ao referir-se sobre as materialidades, dialoga com o arcabouço teórico advindo dos estudos sobre a cultura material escolar (PERES; SOUZA, 2011; SOUZA, 2007; SOUZA; SILVA, 2019; VIDAL; SILVA, 2011) fundamentando-se nos conceitos de rupturas e permanências de uma forma escolar (VICENTE, LAHIRE, THIN, 2001); busca a realização de análises descritivas e interpretativas de acordo com a perspectiva de Stake (2011). Por meio da etnografia de arquivos (COSTA, 2010), (CUNHA, 2009) e pelas lentes da “micro história”, se pretende realizar uma análise descritiva e interpretativa de documentos impressos e iconográficos, e esperando como resultado retomar a história da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis no que se refere à primeira etapa da Educação Básica, analisando suas rupturas e permanências e como ela vem se constituindo, imersa nas mais diversas flutuações histórico-sociais, percebendo como as materialidades arquitetônicas podem possibilitar a compreensão de representações de criança, infância e de Educação Infantil. Por intermédio de análises preliminares de registros documentais iconográficos, consideramos que as características arquitetônicas dos espaços educativos não estão somente relacionadas às questões estéticas ou de funcionabilidades estruturais, mas, sobretudo, às concepções de seus protagonistas, estando, inclusive, expressa na forma como os sujeitos fazem uso das estruturas arquitetônicas e suas materialidades.