Diante da pandemia de Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, e da suspensão das atividades presenciais como medida de prevenção contra a propagação do vírus, professores precisaram se reinventar para dar continuidade às aulas de forma remota. Percebendo a alfabetização como uma importante e indispensável etapa da educação, e visto que esse tema ainda é recente, a presente dissertação, desenvolvida pelo Programa de Pós-graduação em Educação do Instituto Federal Catarinense Campus Camboriú, na linha de pesquisa Processos Educativos e Inclusão, teve como objetivo analisar os impactos da pandemia de Covid-19 na prática pedagógica do professor alfabetizador do Sistema Municipal de Educação de Lages. Trata-se de um trabalho de natureza básica, com abordagem mista, tendo como metodologia a pesquisa descritiva e exploratória, utilizando como procedimentos técnicos a revisão bibliográfica e documental (Gil, 2022). A estratégia utilizada para a efetivação da pesquisa foi a realização de um Estado do Conhecimento em base de dados científicas. Pesquisa documental em portarias, decretos, comunicados, entre outros, que circularam no Sistema Municipal de Educação de Lages, também compõem esta dissertação. O estudo também se desenvolveu por meio de entrevista (Minayo, 2010) com um representante do setor de ensino dos anos iniciais, para buscar informações. Além disso, um questionário semiestruturado foi aplicado com dezenove professoras efetivas que atuaram como regentes em turmas de alfabetização nos anos iniciais (1º e 2º ano) em 2020 e 2021, abordando questões sobre práticas docentes utilizadas e os desafios enfrentados durante esse período. Os dados do questionário foram categorizados e analisados através da análise interpretativa para a escala Likert. Nos documentos, entrevista e questões abertas, foram utilizados alguns princípios da análise de conteúdo de Bardin (2016). O presente estudo ancorou-se na perspectiva histórico-cultural de Vygotsky (2014), tendo como referência a concepção de alfabetizar letrando de Soares (2004, 2020, 2021). Como fundamentação teórica, a Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2018) e os autores Saviani (2008, 2013), Libâneo (2008), Goulart, Gontijo e Ferreira (2017), Bordignon e Paim (2015), Souza (2021), Smolka (2017), Morais (2019), Borges (2019), Moran (2020), entre outros, que trouxeram contribuições para a pesquisa. Através do Estado do Conhecimento, conseguimos elencar desafios relatados por professores em áreas específicas, sendo estas: Tecnologia, Avaliação, Cultura, Social, Saúde, Econômica e Ambiental. Ao observar as percepções das professoras, os documentos e a fala da representante do setor de ensino, entendemos que não houve um debate e participação dos professores nas decisões sobre esse período em que passamos pela pandemia de Covid-19, fazendo com que estes se sentissem inseguros, o que trouxe desafios, mas também aprendizados, e a certeza de que os professores precisam ser valorizados e preparados para as demandas da sociedade atual, dispondo de recursos necessários para esse fim. Esperamos que esse evento traumático possa deixar lições sobre a importância de incentivo a políticas públicas voltadas para a alfabetização, bem como do diálogo entre professores, comunidade escolar, estudiosos e governo, promovendo discussões e valorizando estudos que mobilizaram pesquisadores ao longo do tempo.

A presente pesquisa se insere na área da história da educação, tendo como objeto de investigação o currículo e suas materialidades, a partir da produção e ações do intelectual Juan Rodriguez Becker Y Silva. Apresenta como objetivo central analisar a produção do intelectual Juan Rodriguez Becker Y Silva,  sobretudo, o Resumo Didático (BECKER Y SILVA, 1940), como fonte matricial de investigação sobre a materialização do currículo praticado em escolas que atuou no Brasil, no período de 1922 a 1940. Como questão-problema se propõe a responder: Como compreender a materialidade do currículo, a partir da produção do intelectual Juan Rodriguez Becker Y Silva, com destaque para o Resumo Didático (1940), e da sua aproximação com os ideais da Escola Nova? Becker Y Silva, trata-se de um professor pouco conhecido e explorado na história da educação brasileira, no entanto, devido a algumas pesquisas e resultados de alguns trabalhos, constatou-se que ele possui contribuições relevantes e que proporcionaram acontecimentos de visibilidade para o debate educacional, que, nos últimos meses percebeu-se o surgimento de novos documentos e pesquisas atreladas ao seu nome. Está representado nessa dissertação pela figura de um professor e intelectual que atuou brevemente no Estado de Santa Catarina, como também se fixou em terras paranaenses ao fundar escolas, dirigir e criar um Instituto Secundário, nas primeiras décadas do século XX. Os materiais didáticos do referido professor apresentam-se como fontes matriciais de investigação sobre a materialização do currículo escolar, praticado nas escolas em que Juan Rodriguez Becker Y Silva atuou, e sua articulação ou aproximações com os ditames da Escola Nova, no sentido de refletir também acerca das inovações que a Escola Nova apresentou no cenário educacional e como o professor se apropriou de tais práticas e as representou. O estudo foi realizado a partir do currículo praticado, mais especificamente nos conteúdos abordados em materiais didáticos pelo referido professor, sobretudo, do Resumo Didático (1940), como também a partir dos Cadernos de Classe de Iniciação Gramatical de 1922, de Lauro Caldas, seu aluno na época. A concepção metodológica da pesquisa centra-se na história cultural, pelas referências da cultura material escolar, em estreita relação com a história das disciplinas escolares e dos conteúdos, cuja abordagem qualitativa possui a finalidade de reconstruir uma rede de significados quanto aos saberes escolares propostos por Juan Rodriguez Becker Y Silva, em um determinado tempo e espaço históricos. A pesquisa toma dentre as referenciais teórico-conceituais: Chartier, Sirinelli, Chervel e Stake e Bordieu. Designa-se Becker Y Silva como um professor, professor e intelectual, que em certos aspectos, se distingue e, em outros, se aproxima de tantos outros nomes da educação brasileira. Por ações e proposições, sugere-se então, o reconhecimento de um professor e intelectual comprometido com seu trabalho e engajado em assuntos pertencentes à educação e à sociedade paranaense e, por consequência, à realidade macro da nação brasileira no período em que atuou. Por isso, verifica-se o trajeto percorrido para o auxílio na compreensão do campo e do contexto educacional de um determinado período por meio de sua produção intelectual, como também em sua atuação de um professor itinerante, que se articula por seu posicionamento político e por suas redes de sociabilidade.

O presente estudo tem por objetivo analisar o que as discussões nas produções acadêmicas brasileiras revelam sobre o desenvolvimento de serviços e/ou atendimentos educativos que envolvam jovens e adultos com deficiência intelectual. Concentrando-se em 41 teses e dissertações extraídas da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações e do Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a pesquisa empregou uma abordagem qualitativa, articulando o Estado do Conhecimento (Morosini; Kohls-Santos; Bittencourt, 2021) e a Análise de Conteúdo (Bardin, 2016). O referencial teórico do estudo intersecciona a produção social da normalidade com a evolução na percepção e conceituação da deficiência intelectual, explorando como essa dinâmica afeta a institucionalização da Educação Especial. Inicialmente, realizou-se um levantamento tendencial das produções, evidenciando uma concentração de estudos nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, a diversidade dos programas de pós-graduação em educação que abordam a educação de pessoas com deficiência intelectual, a predominância de pesquisas focadas em adaptação e tecnologias de apoio à aprendizagem, além da prevalência de métodos qualitativos de investigação com o uso de entrevistas como principal técnica de coleta de dados. Posteriormente, o estudo buscou compreender as tendências, avanços e desafios na execução dos serviços educativos para esse público, com base nos atendimentos evidenciados nas pesquisas analisadas. Os resultados apontam para a existência de serviços e atendimentos educativos abrangentes para jovens e adultos com deficiência intelectual em diversos níveis e modalidades do sistema educacional brasileiro. Entretanto, identificaram-se desafios significativos, como as dificuldades na alfabetização, evidenciando obstáculos específicos nas competências de leitura e escrita. Destaca-se a necessidade de implementar mudanças pedagógicas que contemplem as particularidades desse público, além de superar divergências conceituais sobre a deficiência intelectual. Sublinha-se a importância de adotar práticas educacionais que valorizem a diversidade de aprendizado, promovendo uma educação verdadeiramente inclusiva e facilitando o desenvolvimento integral de jovens e adultos com deficiência intelectual.

O estudo desenvolvido integra a linha de pesquisa “Processos Formativos e Políticas Educacionais”, do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto Federal Catarinense – IFC, do Campus Camboriú. Como problematização da pesquisa, questionou-se: Como as práticas de ensino de leitura, como processo receptivo-ativo-apreciativo do discurso de outrem, feitas por professores Regentes de 4º, 5º anos do EF1 do CAIC Ayrton Senna da Silva, possibilitam aos estudantes a aprendizagem desenvolvimental da Língua portuguesa-leitura? Teve-se como objetivos compreender e analisar como as práticas de ensino-aprendizagem de leitura dos professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental de 4º, 5º anos do EF1 do CAIC Ayrton Senna da Silva, são planejadas, identificando se há clareza de orientação nos documentos oficiais do município de Balneário Camboriú, de modo a ser possível ao professor perceber/diagnosticar os problemas de leitura. O estudo decorre da necessidade de uma discussão sobre o conjunto de processos de obuchênie de língua portuguesa-leitura no âmbito dos anos iniciais, nas turmas de 4º e 5º anos do EF1 do CAIC Ayrton Senna da Silva, no âmbito da articulação entre as perspectivas teórico metodológicas da BNCC e da Teoria Histórico cultural presentes na Proposta Curricular de Balneário Camboriú. Com procedimentos de análise documental segundo Stake (2011) e Gil (2008), questionário semiestruturado, conforme Galiazzi (2022). Os principais documentos analisados foram o Parecer CNE/CP 15/2017 sobre a BNCC, a BNCC, a Proposta Curricular de Balneário Camboriú. Foram, secundariamente, analisados recortes de documentos constituidores dos documentos principais, tais como artigos relativos à educação na Constituição Federal de 1988, aspectos históricos das três LDBs e aspectos de pareceres do concelho Nacional de Educação atinentes ao tema. Os sujeitos da pesquisa foram os professores regentes dos 4° e 5° anos do EF1atuantes no CAIC Ayrton Senna da Silva. O referencial teórico foi embasado principalmente em Bakhtin (1997; 2009); Vygotsky (1991; 2001; 2017), Saviani (2008; 2013); Mészáros (2017) entre outros. Além disso, prescrevemos de um estado do conhecimento, no qual contemplamos as bases de dados da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, realizando a análise dos trabalhos que se relacionam com a presente temática de pesquisa no período entre 2017 e 2022. Para tanto, nossa fundamentação teórica busca empreender uma análise com uma base ancorada em Morosini et. al (2021). Este tema de pesquisa se fez relevante para proporcionar aos professores de anos iniciais da cidade de Balneário Camboriú-SC elementos para fazer uma leitura crítica da Proposta Curricular, tendo em vista a organização de um projeto de Obuchênie de Língua Portuguesa-leitura.

A presente pesquisa insere-se no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) do Instituto Federal Catarinense Campus Camboriú, na linha de pesquisa “Processos Formativos e Políticas Educacionais”. Apresentamos como Objetivo Geral desta pesquisa: analisar como a formação stricto sensu oferecida no Programa de Mestrado em Educação do IFC Camboriú impacta a construção da/s identidade/s docente/s dos/as egressos/as. Os Objetivos Específicos propostos são: Discutir os processos formativos, a formação continuada e a construção da/s identidade/s docente/s e profissional/is por meio dos autores que abordam essas temáticas no campo da educação; Identificar como os/as egressos/as do Programa de Mestrado em Educação do IFC Campus Camboriú percebem a formação acadêmico-científica possibilitada no contexto stricto sensu; Compreender os impactos da formação stricto sensu nos processos de inserção social e na construção da/s identidade/s docente/s e/ou profissional/is a partir da percepção dos/as egressos/as do Programa. Os principais autores que fundamentam essa pesquisa são: Dubar (2006), Vanzuita (2016) e Vanzuita, Raitz e Garanhani (2020) para abordar a questão das identidades profissionais; Nóvoa (2013) para tratar acerca da identidade docente; Demo (2015b) que discute sobre a formação com pesquisa e Trevisol e Balsanello (2023) que pesquisam sobre a autoavaliação na Pós-Graduação e o acompanhamento dos egressos. A metodologia utilizada foi de abordagem qualitativa, do tipo analítico descritiva e interpretativa (LÜDKE; ANDRÉ, 2013), sendo realizada a partir de um estudo de caso (ANDRÉ, 2005; 2013). Para a coleta de dados realizamos um questionário semiestruturado que foi enviado para os/as 37 egressos/as do PPGE-IFC, obtendo-se um retorno de 21 respostas (21/37). As análises foram realizadas por meio da técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2011; FRANCO, 2005). Dentre os resultados analisados nesta pesquisa, compreendemos que a formação stricto sensu oferecida no Programa de Mestrado em Educação do IFC Camboriú impacta a construção da/s identidade/s docente/s dos/as egressos/as, uma vez que, os/as participantes destacam o conhecimento adquirido, o contato com a pesquisa, o desafio de ser trabalhador e estudante, as oportunidades recebidas a partir da formação construída, sendo que a maioria dos/as egressos/as demonstra interesse em buscar o Doutorado para continuar a sua formação.

Esta pesquisa baseia-se na percepção dos educadores quanto ao impacto do ensino remoto no período de pandemia, entendendo que a tecnologia é uma das fortes características de mudanças sociais que ocorreram nos últimos anos, e que no contexto da educação tendem a direcionar as instituições de ensino para algumas transformações nos processos educativos. Neste sentido, a proposta desta pesquisa é investigar os desafios enfrentados pelos educadores na utilização das tecnologias digitais no contexto do ensino remoto, a fim de compreender como ocorreu a troca de conhecimentos entre educador e estudante durante a pandemia. Para esta investigação foi aplicada a abordagem qualitativa, através de questionários com educadores e entrevista com as coordenações. Um ponto forte desta pesquisa foi abordar os desafios do educador em adaptar o processo educativo, mais especificamente, sua prática docente dentro desta realidade de distanciamento social e com a utilização de tecnologias digitais para mediar suas aulas, que neste caso, representa um conjunto de alterações em metodologias e modelos conceituais.
Para isso autores como Silva e Teixeira (2020); Guedes e Gomes (2020); Charczuk (2020); Joye, Moreira e Rocha (2020); Goedert e Arndt (2020); Wenczenovicz (2020); Fettermann e Tamariz (2021) e Zaionz (2020) são mencionados como referências de desafios já encontrados nos cenários em que suas pesquisas foram aplicadas, e, como referência principal para análise desta pesquisa, além dos autores acima e de outros mencionados ao longo do texto, Moran (2000) vem trazendo boas reflexões quanto ao uso da tecnologia na educação, mesmo antes do período de pandemia. A partir dessa abordagem, cabe discutir a questão da formação docente, no sentido de qual nível de conhecimento referente às tecnologias digitais o educador possuía frente a sua formação. Dado ainda ao fato de que, no cenário de pandemia, ao qual não se é programado, os educadores precisam se adaptar ao ensino remoto. Com isso, esta pesquisa também visa entender se os educadores possuíam experiência prévia com ensino remoto e qual sua familiarização com as tecnologias digitais, com base em sua experiência docente, formação inicial e continuada.

Esta dissertação desenvolve-se a partir da vertente da linha de pesquisa: “Processos formativos e políticas educacionais” do Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto Federal Catarinense – PPGE-IFC, campus de Camboriú, e tem por objetivo: analisar como a (auto)biografia incide no processo da (re) construção da identidade, de uma profissional técnica administrativa em educação atuante no âmbito da educação profissional, científica e tecnológica. De abordagem qualitativa, a pesquisa está ancorada na perspectiva (auto)biográfica enquanto teoria e método de investigação, cujo Estado do conhecimento (MOROSINI; KOHLS-SANTOS; BITTENCOURT, 2021), pautou-se em discorrer sobre: A (auto)biografia no
processo formativo da (re)construção da identidade pessoal e profissional (SOUZA, 2004); (JOSSO, 2004; 2012a; 2014) e sobre os aspectos da Memória, espaços e temporalidades nas escritas de si (JOSSO, 2004; TUAN, 1983; BERGSON, 1999; 2006). Orientados pela questão de: como a (auto)biografia incide no processo da (re) construção da identidade de uma profissional técnica administrativa em educação atuante no âmbito da educação profissional, científica e tecnológica? Avançamos no desenvolvimento desta pesquisa em que desenvolvemos uma análise temática, a partir de três aspectos relacionais de formação, a saber: o universo das relações familiares compreendido como um contexto de formação; o processo de autonomização dos indivíduos perante as experiências adquiridas no contexto familiar; e a escola e a vida profissional como outro tempo relacional da história de vida (DOMINICÉ, 2014). Com base nestes aspectos, apresentamos experiências constituintes de minha identidade que perpassam minhas reminiscências da infância, família e escola, bem como os caminhos que me conduziram ao aqui e agora. Na articulação desta travessia narrativa, problematizamos as experiências decorridas nos espaços-tempo que percorri, dialogando principalmente com autores como: Josso (2004, 2014); Goffman (2015); Foucault (2014); Freire (2014; 2015), entre outros. Desenvolvemos uma escrita que transita entre a primeira pessoa do singular e a terceira pessoa do plural, a fim de evidenciar minhas experiências singulares que se constroem a partir da relação com os Outros que estão envoltos em minha trajetória e no processo de elaboração desta pesquisa. Por fim, chegamos à conclusão de que as construções identitárias do (Eu) são representativas de um escopo social mais amplo, em que por meio do processo de reinventar o vivido podemos mudar a realidade em que estamos inseridos e potencializar no presente as ações que nos prospectam para o futuro.

Esta dissertação, vincula-se à linha de pesquisa Processos Formativos e Políticas Educacionais do Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto Federal Catarinense - Campus Camboriú teve como objetivo geral: Analisar os impactos das reformas educacionais ocorridas a partir dos anos de 1990 no Brasil e Chile sobre o trabalho docente. Seus objetivos específicos são: a) Identificar a influência dos organismos internacionais/multilaterais na elaboração e implementação das políticas educacionais no Brasil e no Chile a partir dos anos de 1990; b) Apresentar os principais aspectos das  diretrizes do ensino médio do Brasil e do Chile na atualidade e suas repercussões sobre o trabalho docente como exemplificação da materialização das orientações dos organismos internacionais/multilaterais e c) Discutir, a partir das orientações do Banco Mundial, os impactos das reformas educacionais sobre o trabalho docente no Brasil e Chile. Metodologicamente, a investigação pauta-se por uma abordagem qualitativa de caráter interpretativo, explicativo e comparativo, utilizando-se de pesquisa bibliográfica e documental. Entre os principais autores para esta discussão estão: Shiroma, Moraes e Evangelista (2007), Krawczyk (2003, 2012), Gentili (2004), Maués (2018). Em que pese a análise documental, os documentos analisados foram:  “Prioridades e Estratégias para a Educação (1996)”, “Professores Excelentes: como melhorar a aprendizagem dos estudantes na América Latina e no Caribe (2014)” e “Um ajuste justo: análise da Eficiência e Equidade do Gasto Público no Brasil (2017)”; todos produzidos pelo Banco Mundial. Quantos aos resultados deste estudo destacamos que o processo de deslegitimação do trabalho docente a partir das orientações do Banco Mundial sobre as políticas educacionais ocorre de diferentes formas, dentre as quais destacamos: as avaliações em larga escala implementadas no Brasil e no Chile constituem-se em mecanismo de medição da qualidade da educação, que desconsideram as múltiplas realidades escolares; o resultado das avaliações em larga escola estão sendo compreendidos como instrumentos de  culpabilização dos/as professores/as pelo falta de êxito das políticas educacionais,  repercutindo na gradativa perda de força política e social da categoria docente; as orientações dos organismos internacionais/multilaterais corroboram para o enfraquecimento e precarização dos vínculos de trabalho dos docentes por meio de contratos temporários e estímulo à meritocracia como forma de progressão na carreira; reforçam o controle da formação e do trabalho docente através de reformas curriculares para formação dos trabalhadores/as da educação  educação básica; utilizam-se da formação e do trabalho docente para conformarem uma nova  subjetividade da classe trabalhadora de acordo com os interesses e as necessidades do capital.

A presente pesquisa desenvolveu-se a partir da temática das escolas inseridas no meio rural e da possibilidade de sua superação para a constituição de uma Educação do Campo. O trabalho relacionou-se à linha de pesquisa “Processos Formativos e Políticas Educacionais” do Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto Federal Catarinense. Como problematização da pesquisa, teve-se o questionamento sobre se as escolas do meio rural articulam, em suas práticas, meios para a constituição da proposta de uma Educação do Campo. Seu objetivo geral foi analisar se as escolas localizadas no contexto rural articulam, em suas práticas, meios para a constituição da proposta de uma Educação do Campo. Para tanto, os objetivos específicos foram: a) investigar as enunciações e a presença da Educação do Campo nos documentos oficiais norteadores; e b) compreender as rupturas históricas vivenciadas e as possibilidades das escolas rurais do Médio Vale do Itajaí para o estabelecimento de uma Educação do Campo. A partir do levantamento das escolas que integram este meio, observou-se que, apesar do direito, as escolas rurais ainda são uma concepção predominante nessa área. A proposta de uma Educação do Campo é essencial para os sujeitos que a constituem, haja vista que considera e integra, em suas práticas, seus valores, conhecimentos, experiências e interesses, estando de acordo com as especificidades do contexto local. O estado do conhecimento realizado constatou que, embora haja críticas sobre as práticas elitizadas das escolas rurais, há necessidade de direcionarem-se olhares para além das análises comparativas. Com caráter qualitativo, o estudo de campo foi adotado como metodologia, e, para delimitar o universo da pesquisa de modo a considerar as variadas perspectivas, a pesquisa vinculou-se aos municípios do Médio Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Para tanto, selecionou-se uma escola inserida no meio rural de cada município, e disponibilizou-se um questionário para todos os profissionais que tivessem interesse em participar das instituições. Para a análise das informações, adotou-se a técnica da análise de conteúdo proposta por Bardin (2011). Com uma leitura flutuante e os devidos polos cronológicos da análise, realizou-se a categorização dos dados. Primeiramente, elaborou-se o movimento de caracterização das vozes participantes e inferiu-se acerca das percepções voltadas para a Educação do Campo, destacando algumas práticas realizadas, como a educação em tempo integral, as associações com o cuidado de animais e ações voltadas para a agricultura. Pontuou-se também sobre a participação efetiva da comunidade e o acolhimento, que promove a sensação de pertencimento, fortalecendo o espaço. A partir das enunciações referentes ao documento norteador de sua prática, elucidou-se acerca da afirmação do documento mais utilizado pelos profissionais: a BNCC. Isso demonstrou a necessidade de sua problematização, de modo que, com base nas análises realizadas, verificou-se a necessidade de entendimento e discussão de um currículo específico para a Educação do Campo, contemplando suas múltiplas vertentes e reconhecendo seus saberes a fim de colocar-se contra a homogeneização e as práticas da educação dominante. Ao potencializar o realizado, evidenciou-se a necessidade do direcionamento de formação e conscientização para o reconhecimento do campo, que, apesar de estar presente, necessita ser identificado de maneira crítica, com vistas a retratar os saberes e refletir a realidade de seus sujeitos, possibilitando sua emancipação.

Diante da intensificação dos fluxos migratórios como efeito da globalização, sobretudo por populações cujos direitos fundamentais encontram-se em risco, a necessidade de políticas públicas se impõe no sentido da efetivação de direitos previstos constitucionalmente. Nesse sentido, os organismos multilaterais têm exercido forte influência nas políticas públicas de países considerados em desenvolvimento ou subdesenvolvimento por meio de tratados internacionais, mapeamentos e relatórios globais, propondo objetivos e metas a serem alcançados pelos países que são mobilizados a reformar suas leis no sentido de atender a expectativas de interesses externos mais do que internacionais. A fim de compreender as bases legais que dispõem acerca do direito à educação de refugiados e imigrantes, trazemos como problema da presente pesquisa: Como os países que compõem a região da América Latina e Caribe tratam o direito à educação dos imigrantes e refugiados no âmbito legal? Para analisar como os países que compõem a região da América Latina e Caribe tratam o direito à educação dos imigrantes e refugiados no âmbito legal, buscando, por meio das diferenças e aproximações possibilidades de compreensão dos processos geradores tendo-se em vista a realidade da região, são propostos os seguintes objetivos específicos: Mapear as principais legislações dos países latino-americanos que tutelam o direito à educação de imigrantes e refugiados; compreender o(s) contexto(s) de influência internos e externos as perspectivas inclusivas ou não buscando, por meio das diferenças e aproximações possibilidades de compreensão dos processos geradores, tendo-se em vista a realidade da região; obter elementos indicativos de possíveis contribuições entre os países da América-Latina e Caribe no sentido da construção de um projeto educacional transfronteiriço com vistas à construção de uma identidade latinoamericana e fortalecimento do desenvolvimento regional. Para tanto, foi realizada uma pesquisa a partir do levantamento das principais leis de países da região em questão, bem como de organismos multilaterais para analisar os conteúdos que postulam o direito à educação, além de uma pesquisa bibliográfica a fim de se pensar historicamente acerca do tratamento dado aos imigrantes tomado como o Outro, no contexto latino-americano em diálogo com os sentidos da educação enquanto projeto humanista e as tendências neoliberais. Como resultados, percebemos que a América Latina como um todo têm reconhecido os direitos humanos em suas leis, prevendo, na maioria dos países o acesso à educação de imigrantes. Contudo, limitações impostas pela exigência de documentos ou situação migratória são entraves que alguns países ainda apresentam. Ademais, destacam-se pertinentes as leis que preveem a permanência e conclusão dos estudos para a efetivação do direito à educação. Ainda, percebemos a tendência de crescimento de pesquisas acerca da migração e refúgio, porém, pouco representativa, sobretudo na área educacional. Concluímos que a fim de verificar a efetivação desses direitos são necessárias pesquisas que contemplem políticas, programas e planos de ação de cada país, tarefa que se mostra complexa ante a falta de mapeamentos, acesso a dados específicos e a tendência à regionalização de políticas.

Esta dissertação vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto Federal Catarinense (IFC), tem como objetivo principal analisar as políticas públicas de ações afirmativas para a população negra do ensino superior no Brasil, Colômbia e Uruguai enquanto instrumentos promotores de inclusão social. De abordagem qualitativa, bibliográfica e documental, esta pesquisa caracteriza-se como analítico-descritiva e interpretativa (STAKE, 2011), possibilitando a interlocução entre o objetivo e o subjetivo, auxiliando na elucidação de questões de pesquisa que os números não conseguiriam. Os dados foram coletados nos sites governamentais, com vistas ao exercício de compreensão sobre a implementação da legislação referente às políticas de ações afirmativas e nos sites dos organismos internacionais. Por meio do estado do conhecimento localizamos pesquisas e base teórica sobre a discussão apresentada nesta dissertação. As análises foram organizadas por meio da triangulação entre os documentos das políticas dos países selecionados, dos Organismos Multilaterais, referencial teórico e resultados das pesquisas anteriores. Na perspectiva não eurocêntrica, dialogamos com Munanga (2004; 2015); Quijano (1992; 2005); Crenshauw (2002); Fanon (1980; 1979; 2008); Wedderburn (2007); Santos (2014); Olaza (2018; 2019), entre outros que auxiliaram na compreensão dos contextos históricos e sociais dos países pesquisados. Quanto aos resultados, constatamos que os movimentos sociais negros foram determinantes na implementação de políticas para a população negra, e observamos a influência dos organismos internacionais (ONU, BIRD, FMI, CEPAL) nas políticas étnico-raciais nos países analisados. Se por um lado as agendas possuem cunho neoliberal, para a população negra significa que pautas por eles levantadas há tempos passaram a ser discutidas no cenário mundial, promovendo a visibilidade social, a compreensão da existência da população negra na América Latina, para além de Brasil, Colômbia e Cuba. Independente do país  analisado, todos sofreram e sofrem com as medidas de branqueamento e exclusões às quais as populações negras foram submetidas. Concluímos que o Brasil tornou-se referência na América Latina com  a promulgação da Lei n. 12.711/2012, devido a abrangência da legislação e pioneirismo na sua implementação. Seguindo o exemplo Brasileiro, no ano de 2013 o Uruguai promulgou a Lei n. 19.122/2013 abrangendo os contextos educacionais e de trabalho, além de garantias com vistas à permanência. Entretanto, na Colômbia, a reserva de vagas não é uma obrigatoriedade, uma vez que as instituições têm autonomia para contemplar ou não  as ações afirmativas. A principal luta é para que haja legislação de AAs que garantam o quantitativo mínimo de vagas e a abrangência em todo o território nacional, o que por si só já representaria avanços significativos também no quesito permanência. Percebemos que nos países analisados, os resquícios do colonialismo ainda estão presentes, porém também há conquistas como as políticas públicas que garantem a reparação histórica, acesso e permanência nas IES. Neste sentido, cada país possui lutas distintas que se cruzam em diversos momentos históricos. Porém, o movimento de constante reflexão, lutas e reivindicação de direitos para que as políticas públicas voltadas para negros não fiquem estagnadas e continuem a avançar, está presente nos três países.

O estudo que aqui desenvolvemos integra a linha de pesquisa “Processos Formativos e Políticas Educacionais”, do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto Federal Catarinense – IFC, do Campus Camboriú e apresenta a Supervisão Escolar como objeto de investigação. Como objetivo principal, analisamos como é percebida a função do supervisor educacional pelas vozes das supervisoras e professoras dos Anos Iniciais da rede municipal de Ensino de Balneário Camboriú/SC. O estudo decorre da necessidade de uma discussão atualizada sobre a função desse profissional, uma vez que é parte fundamental do processo de ensino e aprendizagem. A abordagem teórico-metodológica adotada nesta pesquisa é fundamentada no materialismo histórico-dialético, com destaque para suas categorias de totalidade, reprodução e contradição. Esta perspectiva orienta a pesquisa, que se vale dos procedimentos da abordagem qualitativa crítico-reflexiva, considerando que o fenômeno investigado deve ser compreendido em suas diversas determinações, sendo, portanto, analisado dentro de seu contexto histórico de origem. Os levantamentos bibliográfico e documental contam com um estado do conhecimento sobre a temática e com o mapeamento das legislações vigentes que regem a função do supervisor nos níveis municipal, estadual e nacional. Como aporte teórico contamos com autores como Saviani (2001, 2004, 2008, 2011, 2015), Placco (2008), Almeida (2012), Rangel (2006), Libâneo (2013), Frigotto (2010), Gamboa (2006), Medina (2004), Ferreira (2006), Nóvoa (1991, entre outros. A pesquisa de campo foi realizada por meio de questionários enviados as professoras e supervisoras dos anos iniciais da rede supracitada, através do Google Forms. A análise dos resultados utilizou a metodologia descritivo-interpretativa, fundamentando-se nas referências teóricas do estudo e a sua correlação com os dados obtidos na pesquisa de campo. Os resultados da análise das respostas conduzem a conclusões que corroboram a hipótese inicial e estão alinhadas com o objetivo geral da pesquisa. Verificamos uma falta de clareza em relação aos aspectos legais que regulamentam a função de supervisão no âmbito municipal. Além disso, os supervisores educacionais não conseguem desempenhar integralmente seu papel central, que é o de apoio pedagógico, devido à sobrecarga de tarefas burocráticas e responsabilidades relacionadas às substituições. Essa lacuna é evidenciada pela demanda dos professores por um acompanhamento pedagógico mais direto, enquanto os próprios supervisores se sentem limitados quando não conseguem atender a essa necessidade. Adicionalmente, destaca-se a importância da empatia e da parceria no relacionamento entre supervisores e professores.

O presente trabalho de investigação científica intitulado “A dimensão politizadora da formação continuada nas Instituições de Educação Infantil: um diálogo a partir do Estado do Conhecimento” é uma pesquisa bibliográfica e documental, majoritariamente qualitativa. As análises pautaram-se na perspectiva do materialismo histórico dialético, apoiada em Marx e Engels (2014), Netto (2011), Tonet (2018) e Gramsci (1978, 1980 e 1982). A ancoragem metodológica para a realização da revisão bibliográfica que diz respeito à realização do Estado do Conhecimento - base material da pesquisa - se sustenta em Morosini et al (2021). Constituiu o objetivo geral da pesquisa: Investigar e hipotetizar sobre a dimensão politizadora da formação continuada nas instituições de Educação Infantil em diálogo com o Estado do Conhecimento. E como específicos: Categorizar aspectos relevantes da formação continuada desenvolvida pelas redes de ensino nas instituições de educação infantil a partir da análise de teses e dissertações que investigaram tal processo in loco; Analisar dentro de um recorte gramsciano, algumas contribuições do acúmulo teórico no que diz respeito às políticas educacionais brasileiras enquanto ferramenta fundamental para um projeto societário global; e, Examinar as Diretrizes Curriculares de Educação Infantil e de formação de professores na sua perspectiva instrumental de conformação social, bem como, possibilidade de debate de professores. A realização da pesquisa se justificou no reduzido número de produções que investigam a perspectiva emancipadora e mobilizadora das formações continuadas dentro das instituições no contexto da educação infantil, bem como, a ainda tímida discussão sobre o papel das muitas políticas regulatórias de formação de professores em face da descontinuidade legal das mesmas e da materialidade desses processos. As principais referências teóricas com as quais a pesquisa dialogou foram: Canan (2016), Laval (2004), Neves (2005, 2008), Shiroma, Moraes e Evangelista (2011), Tommasi, Warde e Haddad (2009), Evangelista e Seki (2017), Evangelista e Shiroma (2007), Freitas (2002), Shiroma (2018), Shiroma e Evangelista (2015), Campos (2011, 2013, 2021), Rosemberg (2013), Kramer (2005, 2006, 2008). A análise dos resultados deste processo de investigação, deram conta, principalmente, de que os discursos produzidos pelos organismos internacionais como o Banco Mundial para a educação, se sedimentam na constituição da consciência dos docentes da educação infantil, muitas vezes por mecanismos de conformação que não são as políticas de currículo e formação, no entanto, nelas ganham caráter oficial, contribuindo para a normalização do desmonte progressivo das políticas sociais como um todo.

Essa pesquisa realiza estudos na linha de pesquisa Processos Formativos e Políticas Educacionais do Mestrado em Educação do IFC. Inicialmente realizou-se um estado do conhecimento com o intuito de mapear as produções científicas relacionadas ao tema deste estudo e uma contextualização da história/trajetória profissional/pessoal da pesquisadora, relacionando com o objeto de estudo. De modo geral, o trabalho objetiva analisar a importância das vozes das professoras alfabetizadoras sobre a relação das Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Itajaí e dos Projetos Políticos Pedagógicos das escolas onde atuam com a formação continuada e a prática pedagógica. A metodologia é de cunho qualitativo Bogdan e Biklen (1994), Gamboa (2002, 2003), Gatti (2007), Gatti e André (2010) com procedimentos de análise documental Severino (2007) e Gil (2008), questionário semiestruturado Marconi e Lakatos (2013) e análise de conteúdo Bardin (2004) e Franco (2008). Os principais objetos de estudo são o documento deDiretrizes Curriculares da Educação Básica de Itajaí e os PPPs de três escolas com contextos distintos (escola básica, grupo escolar e escola de campo). O intuito será analisar criticamente as Diretrizes Curriculares do município e os PPPs, além de compreender qual a percepção das professoras com relação a formação continuada e a prática pedagógica mediada por esses documentos. Os sujeitos da pesquisa foram as professoras do ciclo de alfabetização (1º e 2º ano do Ensino Fundamental), tendo sete participantes. O referencial teórico está embasado principalmente por Fonseca (2017), Soares (1985, 2005, 2009), Tfouni (2006), Mortatti (2006), Ferreito e Teberosky (1999), Moraes (2019), Freire (1987), Garcia (2015), Nóvoa (1995), Garcia e Alves (2012), Oliveira (2018), Cartaxo e Martins (2008), Santos e Costa (2014), Rios (2015) e Francioli (2010). Este tema de pesquisa se faz relevante porque, devido às atuais reformas curriculares, a formação docente e a busca pela melhoria nos processos de alfabetização é tomada como centro das discussões. Os resultados da pesquisa demonstram que a maioria das professoras alfabetizadoras participaram de formações continuadas relacionadas as Diretrizes Curriculares Municipais e da elaboração do PPP da escola onde atuam, afirmando que esses momentos são importantes para propiciar um norte para prática pedagógica. Além disso, a maioria das professoras apontam a importância do protagonismo docente com relação as políticas públicas e formação continuada, indicando a relevância das trocas de experiências entre pares, da qualidade de ensino relacionada aos recursos físicos e humanos, do desenvolvimento profissional e da relação teoria e prática.

Este trabalho objetivou analisar quais os sentidos que os(as) discentes da Licenciatura emEducação Escolar Quilombola – Habilitação Pedagogia da UNIVILLE produzem sobre aexperiência de formação inicial. Destacamos que atendendo às reinvindicações históricas dasComunidades Quilombolas brasileiras e do Movimento Negro Unificado (MNU), em 2010incluiu-se a Educação Escolar Quilombola nas Diretrizes Curriculares Gerais para a EducaçãoBásica como modalidade educacional. Em 2012 foram elaboradas as suas DiretrizesCurriculares Nacionais. Para a sua efetivação nos estados, constatou-se a necessidade deprofessores(as) com formação diferenciada, capazes de atender as especificidades dasComunidades Quilombolas. Respondendo a tal demanda, em 2019, a Secretaria da Educação(SED) de Santa Catarina lançou um Edital para credenciar Instituições de Ensino Superior (IES)para oferta do curso de Licenciatura em Educação Escolar Quilombola – Habilitação Pedagogia. No mesmo ano, como resultado do processo, a Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) foi credenciada e passou a ofertar o curso, sendo a primeira e única turma, até ao momento, de Licenciatura nessa modalidade em todo estado. Portanto, os(as) discentes dessa turma constituem os(as) interlocutores(as) desta pesquisa. Para discorrer sobre as suas experiências de formação, construímos as informações (coletamos os dados) em dois momentos: 1. Realização de questionário semiestruturado online; 2. Realização de grupo focal online. Os dois momentos foram online por conta do contexto da pandemia do coronavírus (COVID-19). Para analisar tais informações tomamos como caminho metodológico a abordagem qualitativa, por meio da análise de conteúdo de Bardin (1977) e Franco (2018), usando-se do seguinte referencial teórico: Givânia da Silva (2012, 2018), Vanessa da Rocha (2020), Munanga (2020), Hall (2014), Silvio Almeida (2019) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EEQ. Em termos de resultados percebeu-se que: Além das dificuldades próprias de qualquer processo formativo (gestão de tempo, acesso e organização de conteúdos do curso, compreensão/assimilação/apreensão do conteúdo de determinada disciplina, etc) os(as) estudantes enfrentam outras ligadas a condição étnico-racial (preconceito, discriminação e estigmatização - racismo); Também, o curso apresenta recursos potenciais para a construção da identidade profissional (identidade docente quilombola) pelo fato da matriz curricular do curso ser preenchido por disciplinas que se ocupam especificamente da história, cultura e tradição das comunidades quilombolas, conforme relatado pelos(as) discentes.

A tecnologia está inserida no cotidiano das pessoas para além do que podemos perceber. Em relação a geração atual, que já nasce imersa neste mundo digital, a forma de ensino tradicional tende apresentar-se a cada dia com menos atrativos. Diariamente os educadores se deparam com estudantes que manifestam baixo rendimento, falta de entusiasmo e mesmo certa aversão ao ensino da matemática. Por outro lado, os professores desta disciplina se sentem pouco estimulados por conta das dificuldades enfrentadas no desempenho laboral (LAURENTINO; FREITAS; NUNES, 2017, SANTOS; FONSECA, 2019). Neste contexto, os jogos educacionais quando utilizados no ambiente escolar como ferramentas pedagógicas podem vir a contribuir para despertar a atenção e auxiliar positivamente no ensino-aprendizagem. Sob outra perspectiva, um jogo pedagógico não pode apenas ser objeto de entretenimento, ele precisa ter objetivos de ensino claros, e com recursos para que o professor possa avaliar quais jogos realmente cumprem seu propósito. A base teórica elencada para fundamentar as análises da pesquisa contou com a colaboração de autores, como: Prensky (2012), Mattar (2010), Laurentino, Freitas e Nunes (2017), Santos e Fonseca (2019), Souza, Depresbiteris e Machado (2004), Coutinho e Alves (2016), Ramos (2013), Jappur, Forcellini e Spanhol (2014), Savi (2011), Feuerstein, Feuerstein e Falik (2014), Feuerstein (1990), Keller (1987, 2016), entre outros. O estudo foi realizado com o objetivo de analisar se, na percepção dos acadêmicos do curso de licenciatura em matemática do IFC campus Camboriú/SC, o jogo Fraciomia auxilia no ensino-aprendizagem de frações.  Para avaliar o jogo foi adotado o modelo de avaliação ARCS de John Keller e a Teoria de Modificabilidade Cognitiva Estrutural (TMCE) de Reuven Feuerstein. Trata-se de uma pesquisa de natureza aplicada, de abordagem mista e exploratória. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário encaminhado via online para os acadêmicos de 3 das turmas em andamento do curso de Matemática, ano letivo de 2021. Participaram no total 27 acadêmicos, cujas respostas, foram tabuladas e analisadas em relação ao modelo de avaliação ARCS e a TMCE. Os resultados das análises dos dados indicaram, na percepção dos respondentes, para validação do jogo Fraciomia como ferramenta para auxílio no ensino-aprendizagem do conteúdo de adição e subtração de frações com denominadores diferentes. No entanto, considera-se ampliar este estudo em ambiente escolar com os estudantes do ensino fundamental II e fortalecer os resultados aqui sinalizados, de que o jogo Fraciomia pode auxiliar no aprendizado. Colaborando também para incorporação de recursos tecnológicos, como os jogos digitais, capazes de contribuir na promoção da aprendizagem para um ambiente escolar mais compatível com as preferências desta geração atual.

A atuação de uma equipe multiprofissional se constitui como importante ferramenta no desenvolvimento dos aspectos relacionados à educação, em seu sentido mais amplo; partindo de tal perspectiva esta pesquisa, intitulada “Equipe Multiprofissional no Instituto Federal Catarinense: atuação e impactos para o processo formativo de docentes”, foi desenvolvida na linha de pesquisa: Processos Formativos e Políticas Educacionais do Programa de Pós Graduação em Educação do Instituto Federal Catarinense – PPGE/IFC. Como objetivo geral este estudo se propôs a analisar a atuação e os impactos da equipe multiprofissional para o processo formativo dos docentes do IFC, campus Araquari. Metodologicamente a pesquisa está ancorada na abordagem qualitativa acerca da qual dialogamos com pesquisadores como Silva (2005), Minayo (1999) e Stake (2011). A elaboração do Estado do Conhecimento dialogou com Morosini, Kohls-Santos e Bittencourt (2020), e a pesquisa exploratória se firmou nos debates estabelecidos com Lakatos e Marconi (2001). Os procedimentos analíticos encontraram essencialmente em Bourdieu (1990; 2007; 2010; 2011; 2013; 2014) e Dubar (2005; 2009) entre outros o sustento para delimitar o perfil da equipe multiprofissional e dos docentes do Instituto Federal Catarinense, campus Araquari a partir das grandes categorias dados pessoais, trajetória escolar, carreira profissional e formação inicial e continuada; bem como para analisar os impactos da atuação da equipe multiprofissional na formação dos docentes deste mesmo campus. Para tais análises o instrumento de coleta de dados foi um questionário semiestruturado enviado por meio de “googleforms” à equipe multiprofissional e aos docentes. Na seção introdutória contextualizamos o objeto e sua relevância pessoal, científica e social; elencamos os objetivos e o percurso metodológico da investigação. Na segunda seção revelamos as abordagens do objeto a partir do estado do Conhecimento. Já na terceira seção, caracterizamos a Rede Federal de Educação, Ciência e Tecnologia e o Instituto Federal Catarinense elencando a formação de professores e, em seguida discorremos sobre o campus Araquari “locus” da pesquisa. Na quarta seção apresentamos a equipe multiprofissional nos Institutos Federais da Região Sul do Brasil e no Instituto Federal Catarinense - campus Araquari destacando sua atuação e dimensão educativa. Apresentamos também o perfil profissional da equipe multiprofissional. A quinta seção apresenta o perfil profissional do corpo docente campus Araquari e a sexta seção analisa os impactos da atuação da equipe multiprofissional para o processo formativo dos docentes. No que se refere aos resultados do estudo, observamos que com o desenvolvimento do Estado do Conhecimento diferenciamos equipe multidisciplinar e multiprofissional; destacamos também a importância do desenvolvimento de atividades coletivas que adotam perspectivas interdisciplinares. Já as análises voltadas à atuação e aos impactos da equipe multiprofissional mostraram que alguns docentes não conhecem o trabalho desenvolvido pela equipe multiprofissional no campus e os docentes que afirmaram conhecer o trabalho desenvolvido, descreveram aspectos relacionados à qualificação da prática pedagógica, aos processos de avaliação, ao uso de diferentes metodologias de ensino, ao suporte e apoio pedagógicos que geram processos inclusivos e à importância do trabalho colaborativo. Os resultados deste estudo também mostraram que a atuação de uma equipe multiprofissional no contexto escolar pode ocorrer de diversas formas e em diferentes momentos, com vistas a contribuir para o processo de ensino e aprendizagem de forma ampla.

O ensino superior brasileiro surgiu oficialmente no século XIX, voltado às elites para o atendimento a demandas estatais por formação de mão de obra. No século XX começou a se popularizar o ensino superior no país, mas com o acesso dificultoso. O cenário começou a mudar no início do século XXI, com iniciativas governamentais que resultaram no Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI). Além desta, outra iniciativa que impactou a ampliação da rede pública federal foi a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, no ano de 2008. Apesar da expansão e da ampliação do acesso, pesquisas revelam altos índices de evasão, ou seja, a permanência dos acadêmicos tem enfrentado desafios, mesmo com a elaboração de políticas públicas e de mecanismos de combate à evasão. E o Instituto Federal Catarinense não foge a essa realidade. Mediante o exposto, este trabalho tem por objetivo analisar a efetividade das políticas nacionais e das iniciativas institucionais praticadas quanto à evasão do ensino superior no Instituto Federal Catarinense. Para tanto foram eleitos para análise de efetividade o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) e o Projeto Estudo sobre Evasão Escolar no IFC. A pesquisa deu-se de forma quali-quantitativa, com técnica de coleta de dados documental e adotando, na análise dos dados, a análise de conteúdo. As fontes quantitativas foram os censos internos do IFC dos anos de 2013 a 2019, com dados de evasão de cursos de Bacharelado (Agronomia, Ciência da computação, Medicina veterinária e Sistemas de informação), Licenciatura (Física, Matemática e Pedagogia) e Tecnologia (Redes de computadores). A exposição e análise dos dados se deu à luz do contexto histórico, das políticas públicas da educação e com a contribuição de trabalhos sobre evasão localizados em levantamento do estado do conhecimento. Frente os resultados verificamos que o curso superior de Tecnologia analisado apresenta as maiores taxas de evasão, estando entre 7,94 e 20,5%; em segundo lugar estão os cursos de Licenciatura, entre 12,78 e 16,07%; e os cursos de Bacharelado apresentam as menores taxas, entre 9,77 e 11,54%. Entre as principais prováveis causas da evasão estão a dificuldade de conciliar trabalho e estudos, a dificuldade de inserção no mercado de trabalho e a desvalorização da profissão docente. Já os cursos de Bacharelado apresentam menores taxas por serem predominantemente diurnos e integrais, sendo que a maioria do público se dedica exclusivamente aos estudos. A partir das análises, foi possível verificar que as políticas públicas e iniciativas institucionais de combate à evasão têm sido efetivas apenas parcialmente, ou seja, as evasões não reduziram, mas também não se elevaram, tendo se mantido entre 11,75 e 13,34% nos últimos cinco anos do período analisado. Sendo o IFC uma instituição de educação federal, suas iniciativas institucionais são regidas por políticas públicas educacionais a nível nacional, mas com possibilidade de flexibilidade para adequação à realidade imediata da instituição e seus acadêmicos. Para iniciativas mais efetivas, faz-se necessária não somente a consulta aos acadêmicos e à comunidade, como um acompanhamento constante do percurso formativo dos estudantes. Um trabalho mais preventivo, que ofereça subsídios, permitirá à instituição tomar iniciativas que poderão gerar resultados mais positivos na redução dos índices de evasão.

 Esta pesquisa tem como objetivo central analisar se o direito à participação das crianças no
planejamento do cotidiano das instituições públicas municipais de Educação Infantil de
Gaspar /SC, é garantido nos Projetos Políticos Pedagógicos. Tenciona-se a seguinte questão:
Que concepções e representações são possíveis de serem interpretadas nos Projetos Políticos
Pedagógicos que propõem o direito à participação das crianças no planejamento do cotidiano
da Educação Infantil dos CDI’s – Centro de Desenvolvimento Infantil – da Rede Municipal
de Gaspar /SC? A pesquisa tem como fontes privilegiadas: três versões do ano de 2012,
escolhidos aleatoriamente do período de implementação dos documentos nas instituições, para
a compreensão da historicidade da trajetória vivenciada pelo município. Outros dezesseis
PPP’s, identificados como a última versão em vigência na instituição no ano de 2020. Além
dos PPP’s, foram tomadas como fontes a Proposta Pedagógica da Rede Municipal (GASPAR,
2010); o Referencial Metodológico da Prática Pedagógica, (GASPAR, 2010); os Critérios de
Avaliação para a Educação Infantil (GASPAR, 2012); o ebook, Educação Infantil de Gaspar:
uma proposta em constante reflexão (GASPAR, 2016); e o Documento Norteador para
Elaboração e/ou Atualização do Projeto Político Pedagógico (GASPAR, 2017). Como
interlocutores para as análises, se utilizou os documentos produzidos pelo MEC – Ministério
da Educação, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – DCNEI
(BRASIL, 2010); o Currículo Base do Território Catarinense – CBTC (SANTA CATARINA,
2019) e a Base Nacional Comum Curricular – BNCC (BRASIL, 2017). A discussão de
aspectos das políticas públicas para a Educação Infantil, se deu partir da produção da área
embasada em: (GADOTTI, 1998); (CARIA, 2011); (VEIGA, 2001) e (KUHLMANN JR,
2010). A metodologia se assenta na abordagem qualitativa e a pesquisa se inscreve como uma
etnografia de arquivos/documentos, na perspectiva documental, fundamentada em (FREHSE,
2005), (CLIFFORD, 2016), e (OLIVEIRA; BARBOSA, 2019). Para as análises dos dados,
dois conceitos foram problematizados de modo mais específico: concepção (MATOS;
JARDILINO, 2016) e (ABBAGNANO, 2007) e representação (CHARTIER, 1990; 1991),
considerando ainda os seguintes conceitos: cidadania infantil; (SARMENTO; SOARES;
TOMÁS, 2004), auscultar; (VASCONCELLOS, 2017); (ROCHA, 2008) e (SARMENTO,
2005), protagonismo, (NASCIMENTO, 2019); (GAITÁN, 1998) e (FRIEDMANN, 2020),
socialização, reprodução interpretativa e cultura pares, (SARMENTO, 1997; 2007; 2009);
(SARMENTO; PINTO, 1997); (QVORTRUP, 2011) e (CORSARO, 2002; 2009)
(SARMENTO, 1997; 2007; 2009); (SARMENTO; PINTO, 1997); (VASCONCELLOS,
2017) além de (SARMENTO; FERNANDES e TOMÁS, 2007). Ao final da investigação
contatou-se ações registradas nos PPP’s das intuições que contemplam o direito à participação
das crianças entre elas destacam-se, a organização dos espaços, o trabalho com a metodologia
de projetos e as assembleias realizadas com a participação das crianças.

Apresentamos a pesquisa de Mestrado em Educação realizada no Programa de Pós-Graduação  Stricto Sensu em Educação (PPGE) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia  Catarinense (IFC). É um estudo desenvolvido dentro da linha de pesquisa Processos Formativos e Políticas Educacionais. De acordo com as pesquisas realizadas, profissionais da educação constroem suas práticas educativas em diversas formações e no seu exercício docente (GATTI, 2013). As experiências de vida dos professores relacionam-se às tarefas profissionais, pois o ensino requer também uma implicação pessoal (IMBERNÓN, 2010). Um saber essencialmente heterogêneo, formado por diversos saberes que são provenientes das instituições de formação, da formação profissional, dos currículos e da prática cotidiana (TARDIF, 2011). A partir desse estudo, o presente projeto de pesquisa tem como objetivo compreender os processos formativos das professoras alfabetizadoras da Rede Municipal de Ensino de Gaspar - SC, identificando possibilidades para a formação continuada. Os referenciais teóricos sobre a alfabetização/letramento basearam-se nos pesquisadores (SOARES, 2020; MORTATTI, 2010 e FERREIRO, 2003), referente a formação de professores, nos estudos de (NÓVOA, 1998; FREIRE, 1996; GATTI, 1997; TARDIF, 2011 e IMBERNÓN, 2010). A trajetória metodológica da pesquisa percorreu nas reflexões teóricas pautadas na abordagem qualitativa, de cunho bibliográfico e documental, fundamentadas em (ANDRÉ, 1983; GAMBOA, 2003 e CRESWELL, 2010). A análise de dados ocorreu a partir da aplicação de um questionário semiestruturado que contemplou a participação de 12 professoras alfabetizadoras que atuavam como regentes das turmas do 1º ano do Ensino Fundamental. O questionário foi organizado em quatro categorias para melhor compreensão dos dados (Perfil profissional; Vivências e experiências; Concepções e Necessidades formativas). Objetivou-se nesta pesquisa identificar o perfil profissional das professoras alfabetizadoras, delinear as vivências e experiências referente aos processos formativos, perpassar pelas concepções que permeiam as práticas de alfabetização e possibilitar encaminhamentos para a formação continuada. Nosso estudo  apresentou resultados que possibilitaram refletir a partir de uma análise subjetiva, possibilitando encaminhamentos para uma formação a partir da identidade pessoal, acadêmica e profissional, propondo indicadores a fim de ressignificar concepções, potencializar novos conhecimentos e compartilhar vivências e experiências. 

Esta pesquisa tem como objetivo geral compreender quais são os sentidos e significados que professores dos 6º anos do ensino fundamental da rede municipal de Camboriú atribuem à leitura. Os objetivos específicos estão delineados no seguinte percurso: Identificar quais são os sentidos e significados que emergem a partir das entrevistas gravadas e transcritas. Como questão desta pesquisa tomamos: quais são os sentidos e significados que os professores dos 6º anos do município de Camboriú atribuem à leitura. A discussão tem como fundamento a análise dialógica bakhtiniana e a concepção de Vygotsky, sobre a consolidação da aprendizagem via interações, as quais permitem o estabelecimento da zona de desenvolvimento proximal (zpd). Realizou-se uma investigação caracterizada como uma abordagem qualitativa, composta por revisão bibliográfica e entrevistas semi-estruturadas, analisadas a partir da perspectiva dialógica da linguagem. O estudo caracteriza-se como estado do conhecimento, metodologicamente ancorada na teoria/metodologia dialógica, com base em Bakhtin e seu círculo. Destarte, explora através da proposição vygotskyana de zona de desenvolvimento proximal, inscrita na psicologia histórico-social, os processos psicológicos do homem a partir da linguagem, ambos tendo como bases o materialismo dialético. Para as análises dos dados, foram considerados como basilares as concepções de sentidos e significados em Bakhtin (2007, 2003, 2011) e Vygotsky (1989). Ao final da investigação constatou-se que ainda existem divergências quanto aos sentidos e significados do ensino da leitura, visto que distintos discursos/concepções emergem, assim, destacam-se: o ensino da leitura relacionado à decodificação, ao trabalho isolado de atividades de leitura, restrito à leitura de obras literárias, a leitura como prática de leitura de mundo, a leitura como espaço subjetivo de interação e concepção da leitura como ferramenta para o desenvolvimento da oralidade e escrita.

Esse estudo faz parte da linha de pesquisa: Processos Formativos e Políticas Educacionais, do Programa de Pós-Graduação em Educação, do Instituto Federal Catarinense - Campus Camboriú. A presente pesquisa tem como objetivo compreender como as experiências dos bolsistas de ID/residentes participantes dos Programas PIBID e Residência Pedagógica do IFC impactam na formação inicial docente. O estudo é de abordagem qualitativa, de perspectiva analítico-descritiva, com característica interpretativa. O objeto de estudo são os Programas de ID PIBID e RP. Os sujeitos participantes são cem (100) estudantes dos cursos de Licenciatura do IFC, bolsistas de ID/residentes dos Programas PIBID e RP. Nesse contexto, como instrumentos de pesquisa foram utilizados: o Questionário semiestruturado e o Grupo Focal. Como procedimento de análise dos dados, utilizou-se da técnica de Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011). A discussão teórica está embasada na pesquisa bibliográfica e documental, e em autores como Tardif (2012); Nóvoa (1995; 2009); Marcelo Garcia (1999); Gatti (2014; 2016); Demo (2005; 2006; 2015). O perfil dos (as) participantes dos programas de ID se constituem de jovens, solteiros(as) e residem com a família. São, em grande parte, apenas estudantes no grupo do PIBID. Os residentes do RP se constituem, em sua maioria, de jovens-trabalhadores. Foram criadas cinco categorias de análise, a partir dos dados coletados nos grupos focais. Com relação a categoria: Inserção na Escola Pública: aproximação com as práticas docentes do cotidiano escolar, evidenciou-se que as vivências dentro do ambiente escolar oportunizadas pelos programas PIBID e RP se apresentam como espaços formativos qualificados e desenvolvem uma práxis a partir da inserção dos bolsistas de ID/residentes na escola pública. Em relação a categoria: Articulação Teoria e Prática: experiências nos programas de ID, identificamos que as práticas pedagógicas desenvolvidas nos Programas de ID possibilitam atividades como planejar, criar, elaborar, executar e refletir, tornando-se ações significativas durante o processo formativo inicial, ampliando a interlocução entre os conhecimentos teóricos aprendidos nos cursos superiores e as práticas pedagógicas elaboradas nos programas de ID. Na categoria: Construção de Conhecimento: Ações coletivas/ Uso de tecnologias e produção de materiais/ Pesquisa como princípio científico e formativo, as ações coletivas e supervisionadas são relacionadas à sensação de segurança, além de provocar o trabalho em equipe, por meio da pesquisa e reflexão oportunizando a elaboração própria das atividades; O uso de recursos tecnológicos e a criação de materiais alternativos também são expostos como momentos relacionados ao uso de novos métodos e metodologias, desenvolvendo habilidades como: pesquisa, criação e elaboração pessoal; A partir dos dados analisados, verificou-se que a pesquisa se apresenta como princípio científico e formativo na elaboração das práticas docentes realizadas nos programas de ID. Na categoria: Experiências, possibilidades e dilemas de ser/se sentir professor(a), ficou evidenciado que para a maioria dos bolsistas de ID/residentes, os programas de PIBID e RP contribuem com a construção da identidade profissional, influenciando positivamente na escolha pela carreira docente. Na última categoria analisada: Insurgências: outros diálogos sobre os programas de ID, inferiu-se que, a inserção da BNCC nos programas PIBID e RP, foi utilizada para leitura e fundamentação, de forma a orientar e não reduzir as práticas pedagógicas relacionadas aos programas de ID; quanto as horas obrigatórias, alguns residentes afirmaram conciliar bem com suas rotinas, contudo, não foi uma afirmação consensual, principalmente para os ‘estudantes trabalhadores’, que observam uma rotina um pouco cansativa, não podendo dedicar-se com qualidade ao programa. E em relação ao estágio, conclui-se que o IFC busca prover a integração em relação ao estágio curricular supervisionado e a realidade docente, apesar de algumas limitações. Em comparação ao estágio, os (as) residentes entendem o RP como uma opção que oportuniza o uso de metodologias mais significativas, por aproximar Educação Superior e Educação Básica, causando experiências que sugerem oportunizar mais segurança no trabalho docente. Também inferiu-se, a partir dos dados analisados, que o RP desenvolve mais atividades fundamentadas na pesquisa como princípio científico e formativo do que os estágios, ao estimular ações docentes, resultando em experiências mais significativas, que se tornam arcabouço teórico-prático para sua futura profissão. Consideramos, a partir dos dados analisados, que os programas de ID estão articulados com o currículo formativo do IFC promovendo a parceria entre Ensino Superior – Educação Básica, voltada à uma formação de professores (as) fundamentada na pesquisa, emancipação e autonomia. Os Programas cultivam a autoria, elaboração própria e questionamento reconstrutivo quando promovem experiências de inserção na escola desenvolvendo ações docentes que interligam teoria e prática.

Esta dissertação discute a relação entre o direito à educação infantil e a situação de trabalho de mulheres responsáveis por crianças pequenas. Ela é resultado de pesquisa de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto Federal Catarinense, na linha de pesquisa Processos Educativos e Inclusão. Por meio da abordagem materialista-histórica, este trabalho teve como principal objetivo analisar políticas públicas relacionadas ao acesso de crianças da classe trabalhadora à educação infantil pública e gratuita e seus impactos na situação de trabalho das mulheres responsáveis por crianças matriculadas em três unidades públicas municipais de Florianópolis (SC) a partir de dados coletados no ano letivo de 2020. A pesquisa bibliográfica foi realizada a partir de uma base epistêmica marxista, que permitiu compreender a totalidade e a materialidade da questão apresentada, e os dados foram coletados por meio de questionários semiestruturados. Partindo do trabalho como categoria de análise, esta pesquisa discute a situação da classe trabalhadora, a condição da mulher na sociedade dividida em classes e a divisão sexual do trabalho. A pesquisa realizada aponta para o papel cumprido pelo Estado como instrumento de dominação de classe por meio da elaboração de políticas educacionais para a educação infantil, legitimando a exclusão de parte das crianças da classe trabalhadora e atuando como instrumento de opressão contra as mulheres. Devido à parcialização das vagas em instituições públicas da rede municipal de educação infantil de Florianópolis, mulheres da classe trabalhadora se submetem a situações de duplicidade e precarização do trabalho, dividindo suas atividades cotidianas entre o trabalho produtivo e a reprodução da força de trabalho de suas famílias. Com esta pesquisa pude identificar que a escassez de vagas disponibilizadas pelo Estado em creches públicas contribui para a precarização do trabalho, o desemprego e o rebaixamento de salários, que afetam principalmente as mulheres. Também foi possível compreender que as políticas públicas do Estado burguês relacionadas à educação infantil, que impedem o acesso de todas as crianças da classe trabalhadora à educação infantil pública e gratuita, agem no sentido de reproduzir a exploração no sistema capitalista.

Estudos sobre a profissão, a profissionalização e a formação docente, têm sido cada vez mais debatidos entre pesquisadores do campo educacional. No Brasil estes estudos percorreram trajetórias e elaborações teóricas por meio de pesquisas que se propagaram no campo educacional. Desta forma, este estudo, desenvolvido na linha de pesquisa “Processos Formativos e Políticas Educacionais”, do Programa de Pós Graduação em Educação, do Instituto Federal Catarinense - Campus Camboriú, analisou os processos formativos e a socialização profissional de egressos dos Cursos de Pedagogia do Instituto Federal Catarinense – Campi Camboriú e Videira entre os anos de 2010 a 2016. Os referenciais teóricos que o ancoraram pautaram-se em teóricos que transitam entre a História e a Sociologia da Educação. Quanto a primeira, pesquisadores como Gatti, Saviani, Cruz, Aguiar, Nóvoa e Tardif possibilitaram a compreensão dos processos formativos dos professores, tanto no Brasil quanto em Santa Catarina. Já no âmbito da Sociologia, Bourdieu, Dubar e Valle contribuíram para analisar como ocorreram os processos formativos e a socialização profissional dos egressos do IFC. A partir da abordagem qualitativa e seus procedimentos técnicos, acionamos um levantamento bibliográfico onde (re)visitamos estudos, artigos científicos, livros, dissertações e teses; também lançamos mão de documentos tais como legislação educacional, o Projeto Político Pedagógicos dos cursos e o Plano de Desenvolvimento Institucional do IFC (PDI/IFC). Como instrumento de coleta de dados utilizamos o questionário como o acervo deste estudo: ele foi constituído por um rol ordenado de perguntas, que foram respondidas por meio digital, sem que a pesquisadora estivesse presente. No questionário constaram questões abertas, fechadas; tudo isto visando compreender o objeto de estudo em questão. Na introdução objetivamos contextualizar o leitor acerca dos objetivos deste estudo, bem como sobre os aportes teóricos e metodológicos que proporcionaram o movimento inicial para a aproximação do objeto. Na sessão dois realizamos uma abordagem histórica do Curso de Pedagogia no Brasil enfatizando a formação de professores e problematizando sua criação com relação a sua função de formar professores. A sessão três foi destinada a pensar a formação de professores em Santa Catarina para, logo em seguida, demarcarmos a criação do Instituto Federal Catarinense. Na sessão cinco, desenhamos o perfil do egresso participante da pesquisa, a partir do que eles “dizem sobre si” nos questionários respondidos. Na sessão seis, nos dedicamos a compreender os processos formativos e a socialização profissional de egressos do Curso de Pedagogia do IFC campus Camboriú e Videira, considerando seus movimentos no ensino, na pesquisa de na extensão. O estudo evidenciou que os processos de formação e de socialização profissional integraram-se aos processos formativos desde o início do curso; ou seja, a relação dos egressos com o corpo docente e com a estrutura curricular do Curso de Pedagogia a partir da tríade ensino, pesquisa e extensão, permitiu a inserção no campo educacional de forma sólida e crítica. Observamos que os processos formativos e a socialização profissional orientou os egressos para o exercício do magistério, essencialmente na escola pública.

A sociedade brasileira é caracterizada pela miscigenação de raças, culturas e crenças. A diversidade de expressões religiosas no país, em especial, decorreu do processo de colonização, que proporcionou, mesmo de forma não intencional, a convivência das diferentes tradições, indígena, negra e europeia, em ambientes comuns. A escola, na atualidade, é um espaço onde estas diferenças se tornam perceptíveis, principalmente nos momentos em que se discutem questões humanas e relacionadas à espiritualidade e ao transcendente. O estado de Santa Catarina é um dos pioneiros na formação docente nesta proposta de Ensino Religioso sob a perspectiva das Ciências da Religião. Neste contexto, parte-se da hipótese de que a formação de professores para o Ensino Religioso nos cursos de licenciatura em Ciências da Religião do estado de Santa Catarina se constitui em grande desafio, considerando a laicidade do Estado e a diversidade das expressões religiosas. Apresenta-se a seguinte questão-problema: Como compreender a constituição do currículo de formação de professores para o Ensino Religioso nos cursos de licenciatura em Ciências da Religião do estado de Santa Catarina, considerando a laicidade do Estado e a diversidade das expressões religiosas? A fim do entendimento quanto a esta questão, tem-se por objetivo central investigar a formação de professores para o Ensino Religioso nos cursos de licenciatura em Ciências da Religião do estado de Santa Catarina, considerando a laicidade do Estado e a diversidade das expressões religiosas. Foram investigadas instituições que ofertam a formação em Ciências da Religião, na modalidade de licenciatura. As instituições pesquisadas foram eleitas conforme cadastro no Sistema e-MEC, cujos dados foram extraídos em 16 de dezembro de 2019, encontrando-se registro de 6 cursos de licenciatura em Ciências da Religião / Ensino Religioso iniciados e com situação “em atividade” no estado. As coordenações destes cursos foram contactadas, via e-mail, por ofício apresentando as intenções da pesquisa e solicitando o Projeto Político Pedagógico dos cursos e demais documentos relativos e considerados relevantes. Com estes documentos, os currículos dos cursos ofertados, neste território, estão sendo analisados perfunctoriamente, submetidos a uma análise de conteúdo, sob a ótica das categorias diversidade e laicidade. A dissertação estará estruturada em três capítulos: o primeiro, relata sobre os professores para o Ensino Religioso, do proselitismo às Ciências da Religião. O segundo, discute as concepções acerca da laicidade e diversidade religiosa: princípios e diretrizes dos projetos pedagógicos dos cursos de licenciatura em Ciências da Religião doestado de Santa Catarina. O terceiro, versa sobre a laicidade e da diversidade religiosa, pela análise das matrizes curriculares e nos ementários dos cursos de licenciatura em Ciências da Religião do estado de Santa Catarina, entre o proselitismo e a ciência.

Esta pesquisa aborda sobre o tema das Universidades Abertas à Terceira Idade, que se inserem no campo do Direito Educa-cional, conforme os pressupostos da educação não formal, a partir das representações dos idosos, que participam do Núcleo de Estudos da Terceira Idade da Universidade Federal de Santa Catarina (NETI/UFSC), considerando os aspectos físicos, sociais e psicológicos. Compreende-se a educação como formação integral, com uma proposta humanizadora e personalizada (TRIL-LA, 1987; GOHN, 2006; HOZ, 2018; DOLL, 2008), ressaltando três aspectos centrais: a perspectiva do curso da vida obser-vada na gerontologia (CACHIONI, 1998; 2006; QUADAGNO, 2014), a compreensão crítica – aplicada à educação (MÉS-ZÁROS, 2005; VIGOTSKI, 2011; FREIRE, 1996) e ao mercado de trabalho e às organizações internacionais (LEHR, 2016; SPRING, 2018; ANTUNES; ALVES, 2004) - e a importância do acolhimento, assistência e valorização do idoso, de modo a romper a marginalização e exclusão (ARGENTIN, 2019; SAVIANI, 1991, 1994; BOSI, 1994) e a garantir a igualdade perante a lei e a inclusão social, esta compreendida como processo social que envolve as dimensões da educação e do envelhecimento (CARVALHO, 2013). O objetivo da pesquisa consiste em analisar as representações dos idosos participantes do NETI/UFSC, tendo em vista o debate sobre a qualidade de vida, educação não formal, a inclusão enquanto processo social e o envelheci-mento. Já os objetivos específicos são: (1) Discutir a produção acadêmica a partir do estado do conhecimento de pesquisas educacionais quanto ao conceito de idoso, papéis sociais, trajetória de vida, inclusão social e educação não formal; (2) Refletir criticamente sobre os aspectos históricos que envolvem a velhice, os processos sociais de inclusão e exclusão e as políticas educacionais no âmbito mundial e brasileiro; (3) Caracterizar o objeto de estudo, envolvendo a história das UATIs e tendo como foco o Núcleo de Estudos da Terceira Idade da UFSC (NETI/UFSC); (4) Problematizar os dados coletados sob o con-texto da educação não formal e da representação dos participantes do NETI sobre a qualidade de vida e a inclusão. Caracteri-za-se a pesquisa como de abordagem qualitativa, reflexiva e descritiva, pertencendo à Linha de Pesquisa Processos Educativos e Inclusão, do Mestrado Acadêmico em Educação do Instituto Federal Catarinense (IFC). Como ponto de partida, foi realiza-do um levantamento bibliográfico e de publicações acadêmicas referentes ao tema estudado, sob a forma de estado do conhe-cimento (BRIZOLA; FANTIN, 2016; MOROSINI, 2015). Em seguida, mapearam-se categorias de análise, com base na perspectiva crítica, contrária à “coisificação humana”, e na literatura que enfatiza a centralidade da dignidade humana no processo educacional, com o intuito de ressaltar a importância da formação crítica e perscrutadora do educando. A deflagração da pandemia do COVID-19 levou uma adaptação da metodologia e, com o intuito de captar a representação social dos idosos (CHARTIER, 1995), optou-se pela entrevista virtual coletiva e o uso de questionário eletrônico enviado para grupos de What-sApp em que os participantes do NETI receberam o material durante esse período de atividades on-line. Na análise dos dados, assume-se a perspectiva analítico-interpretativa (ROSENTHAL, 2014), dividida em dois momentos distintos, consonantemen-te aos apanágios mencionados anteriormente de abordagem qualitativa, reflexiva e descritiva. Em primeiro lugar, houve a tabulação do primeiro questionário, que serviu de parâmetro para a elaboração do roteiro utilizado na entrevista coletiva. A qualidade de vida, assim como a percepção individual da idade, foi analisada como aspecto subjetivo – como elementos que, em última análise, formam as representações sociais – frente às questões objetivas - físicas, psicológicas e sociais (NERI, 1995; 2006; INOUYE, K. et al, 2018). Como resultados alcançados, indica-se a importância da educação ao grupo de idosos participantes do NETI como fomentadora da qualidade de vida, por meio da mobilização de recursos autoeducativos próprios, socialização de conhecimentos e da orientação docente. Em relação à representação social dos participantes, indicou-se a qualidade de vida como decorrente do bem-estar físico, mental e social, estimulados por meio das atividades educacionais da Instituição. A partir da educação não formal e da inclusão como processo social, a particularidade da Educação de Idosos consiste em não se ater à formação e/ou aperfeiçoamento para o mercado de trabalho, enfatizando, sobretudo, o ensino de conteúdos que levam em conta características individuais e a socialização dos conhecimentos, além do processo de extensão cultural para além dos muros da universidade, em que as instituições escolares “educam” a sociedade e a sociedade “educa” essas instituições escolares.

Esta dissertação é resultado de uma pesquisa de Mestrado em Educação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação (PPGE) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense (IFC). Destacamos que se refere a uma investigação da linha de pesquisa Processos Educativos e Inclusão e tem como temática: o desenvolvimento da compreensão leitora em estudantes com deficiência da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na perspectiva da Educação Inclusiva. Além disso, tem como objetivo analisar, por meio de um Estado do Conhecimento, o que revelam as discussões das produções acadêmicas de dissertações e teses publicadas na biblioteca virtual do Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento se Pessoal de Nível Superior (CAPES) sobre o desenvolvimento da compreensão leitora em estudantes com deficiência da EJA na perspectiva da Educação Inclusiva, em um recorte temporal de 2008 a 2019. Nesse sentido, as análises, as reflexões e as interpretações dos dados fundamentam-se nos pressupostos da abordagem quanti-qualitativa (MINAYO; SANCHES, 1993; SANTOS et al., 2020), com a utilização do método Estado do Conhecimento (MOROSINI, 2015) em aproximações com a Análise de Conteúdos (BARDIN, 2011). Para tanto, na seção introdutória objetivamos contextualizar acerca da temática, justificativas e interesses, problemática e objetivos da investigação. Na segunda seção procuramos sinalizar as escolhas dos métodos utilizados e o percurso metodológico desenvolvido para a construção e análise do nosso corpus, que passou ser composto por 8 (oito) trabalhos: 5 (cinco) dissertações e 3 (três) teses. Em relação à terceira seção, trazemos nosso olhar sobre as concepções e estratégias de leitura presentes no processo de desenvolvimento da compreensão leitora (LEFFA, 1996; KLEIMAN, 2002, 2004; GUEDES; SOUZA, 2011; SCHARDOSIM, 2015; MASCARELLO; PEREIRA, 2015; ROYES SCHARDOSIM; ALVES, 2019); assim como a respeito da formação leitora em estudantes com deficiência na EJA (FREIRE, 1989; HADDAD; DI PIERRO, 2000; PAULA; OLIVEIRA 2011; SILVA, 2018); e essa formação como possibilidade de inclusão do estudante com deficiência da EJA na perspectiva da Educação Inclusiva (ROPOLI et al., 2010; BARCELOS, 2012; FINATTO; SANT’ANNA, 2020). Por fim, na quarta seção apresentamos os resultados da nossa investigação, explanando, primeiramente, em relação à caracterização de 8 (oito) os trabalhos analisados; em seguida, discutimos a respeito das concepções de Leitura, Deficiência, Educação Especial, EJA e Educação Inclusiva presentes nos trabalhos analisados. Por meio dos resultados consideramos, na última seção, que, apesar da relevância dos trabalhos analisados, nenhum trazia de maneira efetiva discussões sobre o desenvolvimento da compreensão leitora em estudantes com deficiência da EJA. Assim, pudemos comprovar a necessidade de investigações que abordem a respeito desta temática como uma maneira de descortinar as lacunas e possibilidade que envolvem a realidade do campo educacional.

Esta dissertação é resultado de uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto Federal Catarinense e é vinculada à linha de pesquisa Processos Formativos e Políticas Educacionais. Trata-se de um estudo que versa sobre o percurso de construção e implementação de Diretrizes para o Ensino Médio Integrado (EMI) do Instituto Federal Catarinense (IFC). O objetivo geral da pesquisa consiste em analisar os desafios e as potencialidades para que o EMI, ofertado pelo IFC, constitua-se em uma oferta de formação humana integral no atual contexto histórico. A pesquisa foi orientada por bases e pressupostos epistemológicos do materialismo histórico e dialético e utilizou procedimentos de pesquisa bibliográfica, documental e de campo, a partir de abordagem qualitativa. Nas seções dois e três foram discutidas algumas das determinações históricas do trabalho, as formas de organização da produção capitalista a partir do século XX para conhecermos aspectos históricos sobre o Ensino Médio e a Educação Profissional, no Brasil, buscando compreender a relação Trabalho-Educação com aporte teórico de pesquisadores(as) brasileiros(as). A quarta seção teve como fontes principais alguns documentos institucionais e foi articulada de forma a discutir o recente percurso de construção e implementação das Diretrizes para o EMI do e no IFC, que teve sua gênese em 2012 e que corresponde a uma trajetória coletiva nunca antes vivenciada pela instituição na busca por um alinhamento teórico-político e metodológico na oferta dos cursos integrados. O percurso de construção das Diretrizes para o EMI teve como síntese das disputas internas o documento aprovado pela Resolução nº 016/2019/CONSUPER/IFC, a partir da qual encadeou-se sua etapa de implementação. Na seção quinta desta dissertação o enfoque foi analisar e problematizar as percepções de trabalhadores(as) do IFC que participaram de alguma etapa do percurso institucional através de dados produzidos a partir de instrumentos e procedimentos de pesquisa de campo. Como principais resultados desta pesquisa tem-se que o movimento do IFC, voltado ao EMI, compromete-se com uma concepção de formação humana integral e com a construção de uma política institucional que não se limita ao rebaixamento formativo proposto nacionalmente pela Contrarreforma do Ensino Médio (Lei nº 13.415/2017), por isso, representa um avanço no âmbito institucional e uma resistência ao cenário nacional. Além do propósito de superar a dualidade histórica que marca a educação brasileira, o percurso de construção e implementação de Diretrizes para o EMI do IFC também tem como potencialidade o envolvimento de um conjunto de trabalhadores(as) que defendem a concepção de formação humana integral que fundamenta o EMI e buscam formas de fortalecer, nas práticas integradas e integradoras, o EMI. Já os principais desafios para que o EMI do IFC se constitua em uma proposta de formação humana integral se devem à falta de compreensão de muitos(as) trabalhadores(as) do IFC acerca da concepção do EMI, apesar do intenso percurso dos últimos nove anos; à falta de formação continuada acompanhada de condições de discussão e aprofundamento; à oposição à proposta institucional e às determinações históricas da relação trabalho-educação advindas da totalidade social.

Esta dissertação, vinculada à linha de pesquisa Processos Formativos e Políticas Educacionais do Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto Federal Catarinense - Campus Camboriú, tem como objetivo geral: Analisar as percepções docentes acerca da implementação da Contrarreforma do Ensino Médio em Santa Catarina, focalizando a formação continuada de professores ofertada pela Secretaria Estadual de Educação de Santa Catarina (SED/SC). Os objetivos específicos deste estudo são: a) Historicizar o Ensino Médio no Brasil a partir dos anos de 1930 até a Contrarreforma do Ensino Médio instituída pela Lei nº 13.415/2017, articulando a legislação com o contexto político do país; b) Analisar a Lei nº 13.415.2017, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio homologadas no Brasil em 2018 e os impactos da Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio (BNCC) sobre a formação integral dos jovens brasileiros, para o trabalho e para a formação docente; c) Contextualizar a implementação da Contrarreforma do Ensino Médio em Santa Catarina; d) Analisar os eventos de formação continuada oferecida pela SED/SC através de webconferências de modo a mapear as percepções dos professores acerca da implementação do NEM/SC. Metodologicamente este estudo requisitou uma abordagem qualitativa que utilizou a pesquisa bibliográfica e a análise documental. Os dados produzidos foram analisados por meio da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2016) e relacionados ao referencial teórico da pesquisa. Os principais referenciais teóricos utilizados foram: Aguiar (2018); Andrade e Motta (2020); Araújo (2019); Bazzo e Scheibe (2019); Caetano (2019, 2020); Freitas (2019); Frigotto e Motta (2017); Kuenzer (2011); Moura (2007); Filho, Moura e Silva (2015); Peroni (2003, 2020); Peroni e Scheibe (2017); Pessanha e Silva (2014); Rosa (2018); Saviani (2003, 2011, 2013); Scheibe (2008); Silva, F. (2014); Silva M. (2003,2018a, 2018b); Zotti (2002) e outros. Quanto aos resultados do estudo destacamos: a) a existência de um forte alinhamento dos encaminhamentos da SED/SC às normatizações nacionais referentes à implementação da Lei nº 13.415/2017 e seus desdobramentos, mediante a produção de um aparato jurídico-normativo em nível estadual, representado principalmente pelo “Caderno de Orientações para Implementação do NEM” e pelo “Currículo Base do Ensino Médio do Território Catarinense”; b) uma forte influência de instituições privadas na implementação do NEM, com destaque para o Instituto Ayrton Senna, o Sebrae e o Instituto Iungo tanto na formação de professores, quanto na elaboração do currículo; c) A Parte Flexível da organização curricular por meio de Componentes Curriculares Eletivos, Projeto de Vida e das Trilhas de Aprofundamento, limitam e precarizam significativamente a Formação Básica dos jovens estudantes e impactam sobre o trabalho docente. d) a utilização massiva da formação continuada de professores no formato virtual como estratégia da SED/SC para construir a adesão desses profissionais à implementação da Contrarreforma do Ensino Médio; e) há entre os/as professores/as adesões e resistências ao discurso reformista.

O presente estudo faz parte da linha de pesquisa: Processos Educativos e Inclusão, do Programa de Mestrado em Educação, do Instituto Federal Catarinense - Campus Camboriú. Aborda como os processos educativos de uma aprendizagem colaborativa do Sistema Braille entre família e professores podem contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem desse sistema pela pessoa com deficiência visual. O estudo tem como objetivo ampliar o conhecimento do Sistema Braille visto sua importância para a conquista da independência e a autonomia da pessoa com deficiência visual. O Braille é um sistema notacional, pois nesse sistema de escrita não há univocidade, isto é, podemos representar sons por mais de uma letra, bem como uma letra pode representar mais de um som, da mesma maneira que ocorre na escrita convencional. O referencial teórico sobre o assunto baseou-se em Almeida (2002), Bruno (1993), Carvalho (2012), Mazzotta, (1996), Vigotski (1988), além de outros autores e documentos que abordam a referida temática. Em termos teórico-metodológicos, utilizou-se procedimentos da pesquisa bibliográfica tipo revisão sistemática da literatura com abordagem qualitativa, objetivando identificar e sintetizar o conhecimento disponível na literatura sobre o tema. Por meio da análise de dados das pesquisas encontradas foi possível constatar que assim como o professor ter conhecimento do Sistema Braille é importante para a aprendizagem do deficiente visual, a família também necessita ter clareza da importância das suas ações e que o trabalho colaborativo entre ambos é primordial para o melhor aprendizado do Sistema Braille pelo deficiente visual. Assim destaca-se a importância de se propor cursos de capacitação do Sistema Braille aos professores e familiares para potencializar os processos pedagógicos inclusivos ao deficiente visual e, incluir, como um componente curricular, o Braille nas formações acadêmicas.