As ações afirmativas para afrolatinos do Ensino Superior no Brasil, Colômbia e Uruguai enquanto instrumento promotor de inclusão social
América Latina; Ações afirmativas; Ensino Superior; Afrolatinos; Inclusão;
A presente dissertação situa-se em um recorte do projeto de pesquisa vinculado à FAPESC intitulado “Influência dos organismos multilaterais na elaboração e implementação das políticas educacionais inclusivas e práticas pedagogicamente inovadoras na América Latina”, tendo como participantes professores, mestrandos em educação, graduandos e graduados em Licenciatura em Pedagogia. Neste estudo, temos como objeto principal, analisar as políticas públicas de ações afirmativas para afrolatinos do ensino superior em países pertencentes à América Latina notadamente Brasil, Colômbia e Uruguai enquanto instrumento promotor de inclusão social. Utilizamos teóricos que contribuem para a compreensão de estudos étnico raciais por meio de viés não eurocêntrico, como: Munanga (2004 - 2015); Quijano (1992 - 2005); Crenshauw (2002); Fanon (1980-1979-2008); Wedderburn (2007); Santos (2014); Olaza (2018-2019), entre outros que se fazem importante para compreender os contextos históricos e sociais da América Latina e dos países por nós pesquisados. Tem como objetivos específicos, compreender como as políticas de ações afirmativas estão sendo desenvolvidas no Brasil, Colômbia e Uruguai, com vistas a garantia de direitos sociais; Identificar possíveis influências dos organismos multilaterais no processo de implantação das ações afirmativas para afrolatinos do ensino superior nos países definidos; Discutir os aspectos constituintes da implantação das ações afirmativas para afrodescendentes em tais países. Esta pesquisa caracteriza-se como qualitativa com características descritivas interpretativas. Pode ainda ser caracterizada como documental e bibliográfica, com coleta de dados realizada nos sites governamentais dos países citados, em específico nos sites dos ministérios da educação ou equivalentes. Por meio da bibliografia sobre o tema instiga a rememorar questões históricas do processo de escravatura do povo negro no Brasil, utilizando livros, dissertações, teses, artigos, visando o enriquecimento da pesquisa e ao mesmo tempo conhecer os estudos recentes realizados por pesquisadores. Utilizou-se ainda do estado da arte, para compreender as produções já realizadas neste campo teórico, nos auxiliando na compreensão de quais campos devemos avançar nas discussões. As análises serão realizadas na perspectiva analítica, descritiva e compreensiva, abstraindo significados para efetivar a compreensão. Por meio dos movimentos sociais negro, foi e é possível conquistar avanços educacionais, tais quais currículos antirracistas que ensinam a cultura e história dos povos afrolatinos, e as políticas de acesso e permanência para os negros no Ensino Superior. Essas políticas são demandas seculares dos movimentos negros, que foram conquistadas por meio de lutas. Sendo a América Latina celeiro fértil para as intervenções dos organismos multilaterais,as temáticas étnico raciais passaram a fazer parte das agendas de desenvolvimento de organismos como: ONU, BIRD, UNESCO, CEPAL, entre outros. Se por um lado os objetivos das agendas são de cunhos neoliberais, para as minorias étnicas significa que as pautas por eles levantadas a tempos passaram a ser discutidas no cenário mundial. Tendo como principais conquistas, a visibilidade social, a compreensão de existência de pessoas negras para além do Brasil e Cuba. Até o momento, nos foi possível perceber que as discussões referentes às políticas de ações afirmativas no Uruguai são pouco discutidas, isso se deve ao fato de a população negra no país ser pequena, e a todo o processo de invisibilização a qual foram submetidas. Destacamos ainda que, independente do país a ser analisado, todos sofreram e ainda sofrem com as medidas de branqueamento e exclusões as quais as populações afrolatinas foram submetidas.