Experiências discentes no processo de formação inicial e inserção profissional no curso de licenciatura em Educação Escolar Quilombola - habilitação Pedagogia da UNIVILLE
Educação Escolar Quilombola; Processos Formativos; Quilombos; Quilombolas; UNIVILLE.
Este trabalho objetivou analisar quais os sentidos que os(as) discentes da Licenciatura emEducação Escolar Quilombola – Habilitação Pedagogia da UNIVILLE produzem sobre aexperiência de formação inicial. Destacamos que atendendo às reinvindicações históricas dasComunidades Quilombolas brasileiras e do Movimento Negro Unificado (MNU), em 2010incluiu-se a Educação Escolar Quilombola nas Diretrizes Curriculares Gerais para a EducaçãoBásica como modalidade educacional. Em 2012 foram elaboradas as suas DiretrizesCurriculares Nacionais. Para a sua efetivação nos estados, constatou-se a necessidade deprofessores(as) com formação diferenciada, capazes de atender as especificidades dasComunidades Quilombolas. Respondendo a tal demanda, em 2019, a Secretaria da Educação(SED) de Santa Catarina lançou um Edital para credenciar Instituições de Ensino Superior (IES)para oferta do curso de Licenciatura em Educação Escolar Quilombola – Habilitação Pedagogia. No mesmo ano, como resultado do processo, a Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) foi credenciada e passou a ofertar o curso, sendo a primeira e única turma, até ao momento, de Licenciatura nessa modalidade em todo estado. Portanto, os(as) discentes dessa turma constituem os(as) interlocutores(as) desta pesquisa. Para discorrer sobre as suas experiências de formação, construímos as informações (coletamos os dados) em dois momentos: 1. Realização de questionário semiestruturado online; 2. Realização de grupo focal online. Os dois momentos foram online por conta do contexto da pandemia do coronavírus (COVID-19). Para analisar tais informações tomamos como caminho metodológico a abordagem qualitativa, por meio da análise de conteúdo de Bardin (1977) e Franco (2018), usando-se do seguinte referencial teórico: Givânia da Silva (2012, 2018), Vanessa da Rocha (2020), Munanga (2020), Hall (2014), Silvio Almeida (2019) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EEQ. Em termos de resultados percebeu-se que: Além das dificuldades próprias de qualquer processo formativo (gestão de tempo, acesso e organização de conteúdos do curso, compreensão/assimilação/apreensão do conteúdo de determinada disciplina, etc) os(as) estudantes enfrentam outras ligadas a condição étnico-racial (preconceito, discriminação e estigmatização - racismo); Também, o curso apresenta recursos potenciais para a construção da identidade profissional (identidade docente quilombola) pelo fato da matriz curricular do curso ser preenchido por disciplinas que se ocupam especificamente da história, cultura e tradição das comunidades quilombolas, conforme relatado pelos(as) discentes.