Processamento térmico e palatabilizantes em dietas para leitões sobre características físico-químicas da ração, digestibilidade, desempenho zootécnico e metabólitos sanguíneos
Açúcar, gelatinização, níveis séricos, melaço, peletização, temperatura
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da temperatura (T) de peletização (60°C ou 90°C) e do tipo de palatabilizante (PTB); açúcar ou melaço, sobre as características físico-químicas da dieta, o desempenho zootécnico e metabólitos sanguíneos de leitões na fase de creche e a digestibilidade dos nutrientes da dieta. Foram utilizados 32 leitões (machos e fêmeas) recém-desmamados, distribuídos aleatoriamente nos tratamentos experimentais em arranjo fatorial 2x2. Todos os animais receberam a mesma dieta basal, fornecidas à vontade. Após adaptação, foram realizadas as coletas parciais de fezes durante cinco dias, para análises de digestibilidade. Para avaliação de desempenho, os animais foram pesados aos 28, 35 e 40 dias de idade. A coleta de sangue foi realizada no início e final do experimento. Os dados foram submetidos a análise de variância para testar o efeito do tipo de PTB, da T de peletização, suas interações e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. A peletização a 90°C aumentou o índice de durabilidade do pelete no tratamento com melaço. Houve interação entre o tipo de PTB e a T de peletização sobre o teor de finos, que reduziu nos tratamentos com T 90°C e aumentou nos tratamentos com melaço (P<0,05). Houve maior gelatinização do amido nos tratamentos com açúcar, ao invés do melaço à T 90°C. Também no processamento com maior T, houve aumento da gelatinização do amido nas dietas com açúcar. Não houve interação entre o tipo de PTB e T de peletização sobre os teores de amido resistente e não resistente (P>0,05). O tipo de PTB e a T de peletização não influenciou os índices de amido resistente e amido não resistente. O índice de amido total foi maior nos tratamentos utilizando o açúcar. O uso do melaço promoveu maior digestibilidade da energia bruta e da matéria mineral e a peletização à 90°C, aumentou a digestibilidade do Ca, P e matéria mineral (P<0,05). Não houve interação entre o tipo de PTB e T de peletização sobre o ganho médio diário de peso, o ganho de peso total, metabólitos sanguíneos, nem efeito do tipo de PTB ou da T de peletização sobre esses parâmetros. Embora a T de peletização não tenha efeito sobre a concentração sérica da enzima GGT, o uso de melaço reduziu os níveis de GGT na dieta peletizada à 60°C. O melaço pode substituir o açúcar como palatabilizante das rações em leitões de creche, sem prejuízo do desempenho zootécnico dos animais, promovendo maior digestibilidade de energia bruta e da matéria mineral, embora prejudique as características físico-químicas da dieta. O melaço permitiu explorar maiores temperaturas de peletização (90°C) no processamento da ração, aumentando a digestibilidade de cálcio, fósforo e material mineral das dietas, em relação as rações submetidas a temperatura de 60°C.