AVALIAÇÕES ANATOMOPATOLÓGICAS E SOROLÓGICAS EM JAVALIS ABATIDOS NO ESTADO DE SANTA CATARINA
Suídeos asselvajados, necropsias, enfermidades, patógenos.
Os suídeos asselvajados representam potencial fonte de disseminação de agentes patogênicos de importância e impacto para a saúde animal e pública, uma vez que podem agir como reservatórios para uma longa lista de agentes zoonóticos. O objetivo deste trabalho foi de examinar as condições sanitárias de suídeos asselvajados abatidos para controle populacional no estado de Santa Catarina e avaliar quais os potenciais riscos na transmissão de doenças aos seres humanos, além das espécies de interesse econômico, como suínos e bovinos. Foram realizadas análises laboratoriais utilizando colheitas de tecidos, órgãos e amostras sanguíneas a campo de 60 animais, com apoio do Laboratório de Sanidade Animal da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e do Centro de Diagnóstico de Sanidade Animal, em Concórdia/SC, para as avaliações sorológicas e microbiológicas para detecção de agentes patogênicos e do Laboratório de Patologia do Instituto Federal Catarinense, para as avaliações histopatológicas dos materiais biológicos colhidos. Os resultados sorológicos parciais de todos os javalis abatidos em Santa Catarina em 2017 e 2018 foram: Brucella sp. 0% (0/174); Peste Suína Clássica 0% (0/174); Leptospira sp. 7,96% (9/113); Mycoplasma hyopneumoniae 21,38% (34/159); circovirus suíno tipo 2 34,18% (54/158); vírus da hepatite E 8,86% (14/158); vírus da Influenza A 8,86% (14/158). Nas necropsias foram observados parasitas pulmonares (metastrongilídeos), linfonodos hemorrágicos, atrofia e infarto renal unilateral, além de lesões decorrentes do abate dos animais por arma de fogo. Contudo, não foram evidenciadas alterações macroscópicas de grande relevância, como lesões características de tuberculose e/ou cisticercose. As amostras não foram avaliadas histopatologicamente até o momento. Os resultados mostram que estes animais representam riscos tanto para a saúde pública quanto para a saúde animal e, por serem de vida livre e errante, podem acessar os rebanhos de bovinos e suínos. Em vista disto, devem ser intensificados estudos no estado e no Brasil sobre quais patógenos os asselvajados podem ser portadores.