Processamento térmico e palatabilizantes em dietas para leitões sobre a digestibilidade e desempenho zootécnico
Peletização, temperatura, melaço, açúcar, leitões.
No processo de peletização de dietas para suinos, a temperatura mínima de 82°C potencializa a desnaturação das proteínas, a ação enzimática e principalmente a gelatinização do amido, fatores associados à disponibilidade dos nutrientes da ração. No entanto, a inclusão de açúcares geralmente utilizado como palatabilizante nas dietas para leitões, limita a temperatura de peletização em 60°C de modo a inibir a reação de Maillard, que pode causar efeitos negativos, como redução da digestibilidade, amargor e rigidez do pellet. Desta forma, são imprescindíveis alternativas de palatabilizantes como o uso de melaço líquido pós processamento destas dietas, que permitam explorar melhor a digestibilidade dos nutrientes da ração. Neste contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da temperatura de peletização (60°C ou 90°C) e do tipo de palatabilizantes (açúcar ou melaço) sobre as formas físicas da ração, o desempenho zootécnico em leitões na fase de creche e a digestibilidade dos nutrientes da dieta. Foram utilizados 32 leitões machos e fêmeas recém-desmamados, alojados em quatro baias com cama de maravalha, distribuídos aleatoriamente nos tratamentos experimentais em arranjo fatorial 2x2. Todos os animais receberam a mesma dieta basal formulada para atender as exigências nutricionais de acordo com a fase dos leitões, fornecidas à vontade. Para o ensaio de digestibilidade foi utilizado o marcador óxido de cromo III nas rações na concentração de 0,3%. Foram coletadas amostras das dietas para análises bromatológicas (%), grau de gelatinização do amido (%), finos (%) e durabilidade do pellet (%). Após sete dias de adaptação as dietas, foram realizadas as coletas das fezes durante cinco dias, pela manhã e tarde, diretamente da ampola retal através de palpação, acondicionadas em sacos plásticos e encaminhadas para a secagem e posterior análises da concentração de cromo e nutrientes. A digestibilidade foi calculada pela diferença entre a concentração de óxido de cromo III e nutrientes observada na dieta e a observada nas fezes. Para avaliação de desempenho, os animais foram pesados individualmente em balança digital, aos 28, 35, 40 e 63 dias de idade. Os dados foram submetidos a análise de variância para testar o efeito do tipo de palatabilizante, da temperatura de peletização e suas interações (procedimento GLM) e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. Não houve interação entre o tipo de palatabilizante e temperatura de peletização sobre o ganho médio diário de peso (GMD) e o ganho de peso total (GPT). Não houve efeito do tipo de palatabilizante sobre o GMD e o GPT, cujos valores médios foram de 0,671 e 0,665 kg e 20,80 e 20,62 kg para o melaço e o açúcar, respectivamente. Também não houve efeito da temperatura de peletização sobre o GMD e o GPT, cujos valores médios foram de 0,676 e 0,659 kg e 20,97 e 20,46 kg para as temperaturas de 90°C e 60°C, respectivamente. As análises das dietas e fezes estão em andamento e poderão indicar se há influência entre os tratamentos, sobre o coeficiente de digestibilidade dos nutrientes e as características físicas das rações.