Prevalência de Escherichia coli Shiga-toxigênica em cortes de carnes e miúdos de suínos abatidos no Oeste de Santa Catarina
Fatores de virulência, Saúde pública, Alimento, Consumidores
Escherichia coli Shiga-toxigênica (STEC) é reconhecida como um grupo de patógenos emergente e se tornou um desafio para a saúde pública. STEC possui fatores de virulência, stx e eae, as quais caracterizam a cepa como patogênica. As toxinas expressas pelos genes stx inibem a síntese de proteínas dentro das células-alvo por um mecanismo semelhante ao da ricina; já o gene da intimina, eae, expressa uma proteína essencial para promover a intima ligação da bactéria à superfície das células gastrointestinais, determinando a capacidade da bactéria causar doenças graves em seres humanos. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de cepas STEC em cortes e miúdos suínos em uma planta frigorífica no Oeste de Santa Catarina e determinar os genes de virulência prevalentes. As variáveis estudadas são do tipo qualitativas nominais. Foram avaliadas 356 amostras de diferentes cortes suínos, filé, copa, paleta, pernil, costela de lombo, coração e fígado, provenientes de três unidades geograficamente distintas. Todas as amostras foram analisadas através da PCR em tempo real utilizando um kit, iQ-Check® STEC VirX, fornecidos pela Bio-Rad. No total, 95 amostras foram identificadas com presença de fatores de virulência para E. coli, sendo 67 para eae, 10 para stx1/stx2 e 18 para stx1/stx2/eae. A maior prevalência para o gene eae foi encontrada no coração (43,28%), costela de lombo (20,89%) e fígado (17,91), os genes stx1/stx2 apresentaram prevalência de 20% para coração, costela de lombo, fígado, filé e pernil. Ao avaliar os resultados para stx1/stx2/eae observaram-se dados muito similares ao gene eae sendo, coração (38,88%), costela de lombo (22,22%) e fígado (16,66%) os mais prevalentes. Os dados demonstram que os produtos de origem suína estão contaminados por E. coli, porém a maioria deles oferece pouco ou nenhum risco para a saúde dos consumidores pois somente a proteína e/ou a toxina shigatoxigênica não é suficiente para causar doença.