PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO DAS CONDENAÇÕES DE CARCAÇAS DE SUÍNOS POR PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS NO ABATE
Pneumonias; Pleurisia; Suinocultura; Frigorífico
Fatores referentes ao manejo dos animais levaram a um aumento considerável da incidência de condenações de carcaças que, além de ocasionarem prejuízos diretos aos abatedouros, podem gerar barreiras à ampliação das exportações de carne suína aos mercados mais exigentes. A condenação de carcaças suínas por problemas respiratórios como pneumonias, pleuropneumonias e pleurisias representam causas importantes que afetam o produtor e a indústria. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de condenações de carcaças por problemas respiratórios no abate e os fatores de risco associados a ocorrência dessas enfermidades. Foram coletados dados de 124 propriedades de crescimento e terminação de suínos integradas a uma agroindústria do estado de Goiás no período de outubro de 2016 a setembro de 2018. Foram abatidos no período 2.967.803 animais. Os dados amostrados incluíram o número de animais abatidos, número de animais condenados, além das causas pelas quais o órgão ou carcaça foram condenados. O estudo também envolveu características do sistema produtivo, tais como, número e identificação dos produtores terminadores e resultados zootécnicos dos lotes abatidos. O período de outubro de 2016 a setembro de 2017 foi denominado ano 1 e o período entre outubro de 2017 a setembro de 2018 de ano 2. No ano 1 observou-se 0,90% de prevalência de condenação por problemas respiratórios, sendo 0,35% por pneumonia, 0,24% por pleurisia úmida, 0,19% por pleurisia seca e 0,12% por pleuropneumonia. No ano subsequente (ano 2) pode-se observar aumento de 104% na condenação por problemas respiratórios, com 1,83% das carcaças condenadas parcial ou totalmente, sendo pleurisia úmida com 0,78%, pneumonia com 0,61%, pleurisia seca com 0,26% e pleuropneumonia com 0,18% do número de animais abatidos condenados no período. No primeiro ano de coleta de dados, os dois integrados com maior percentual de condenação apresentaram 3,08% e 2,85% de condenações, frente a 0,30% e 0,24%, que representam os dois melhores resultados. No entanto, no segundo ano de estudo, os resultados foram de 8,30% e 7,44% e 0,41% e 0,38%. Foi possível observar, analisando somente a frequência dos dados, que no ano 2 houve um aumento na condenação de carcaças por problemas respiratórios. Analisando o peso de alojamento e de abate dos animais, foi possível observar que no ano 2 os animais foram alojados com menor peso (22,39 kg) se comparado aqueles alojados no ano 1 (23,68 kg). Em contrapartida, os animais foram abatidos com peso maior no ano 2, 133 Kg em média, enquanto no ano 1, a média foi de 131 kg de peso ao abate. Também foram avaliados os dados de ganho médio diário (GMD) e alcançou-se uma média de 0,872 Kg em ambos os anos. Com estes resultados parciais do estudo foi observado que o segundo período de avaliação apresentou elevada condenação por problemas respiratórios em relação ao período anterior, mesmo os leitões apresentando o mesmo GMD quando estavam na propriedade. Porém, é necessário a avaliação de um maior número de variáveis e análise estatística dos dados para obtenção de resultados conclusivos no que diz respeito a fatores de risco.