Avaliação da atividade antimicrobiana do alho (Allium sativum) sobre microrganismos isolados de casos de otite externa em cães
Otopatia, Planta, Resistência microbiana
As otopatias são frequentes em animais de companhia e, muitas vezes, de difícil tratamento, já que existe uma grande variedade de agentes perpetuantes. Muitos destes microrganismos são resistentes aos fármacos disponíveis no mercado. Tendo em vista a elevada casuística de otite externa em cães, a resistência dos microrganismos aos fármacos alopáticos e o aumento de recidivas, faz-se necessário encontrar tratamentos alternativos para esta enfermidade. Portanto, objetivou-se avaliar o potencial antimicrobiano in vitro do alho frente aos microrganismos isolados a partir de casos de otite externa em cães. O extrato aquoso de alho foi obtido utilizando a metodologia de Venâncio (2010) com modificações. Foram realizadas diluições seriadas de 75 a 0,15g/mL para o CIM bacteriano e 37,5 a 0,07g/mL para CIM fúngico. Foram utilizadas dez amostras de Staphylococcus coagulase positiva e doze de Malassezia pachydermatis obtidas de isolados clínicos de otite externa canina processados na rotina diagnóstica do Laboratório de Microbiologia Veterinária do Instituto Federal Catarinense – Campus Concórdia. Para obtenção da concentração inibitória mínima (CIM), utilizou-se a prova de sensibilidade por diluição em caldo, segundo Sarker et al. (2007). Em relação às leveduras, para determinação da CIM e da concentração fungicida mínima (CFM), o teste foi adaptado segundo Santin et al. (2014). Todos isolados foram inibidos. Foi observada inibição a partir da concentração 9,37 g/mL para bactérias e 0,59 g/mL para leveduras. Os resultados parcialmente obtidos confirmam o efeito antibacteriano e antifúngico frente aos microorganismos estudados. Pode-se concluir que o extrato aquoso de alho apresenta potencial antimicrobiano frente a S. coagulase positiva e M. pachydermatis isolados de casos de otite externa canina.