Efeito da suplementação dietética de microalga sobre a resposta imune e resistência ao desafio com vírus-da-mancha-branca associado ao estresse térmico de camarões-brancos-do-pacífico cultivados em temperatura subótima.
Aurantiochytrium sp.; Litopenaeus vannamei; doença da mancha branca; suplementação alimentar; dieta de inverno.
Este trabalho teve como objetivo avaliar a resistência e os parâmetros hemato-imunológicos do Litopenaeus vannamei diante do desafio do vírus da mancha branca (WSSV) associado ao estresse térmico, após a suplementação alimentar com 0, 1, 2, 3 e 4% de inclusão da microalga Aurantiochytrium sp. Os camarões foram criados em tanques de 400 L em triplicata, durante o período de 63 dias em temperatura subótima (22°C), em sistema de água clara. Os animais foram alimentados quatro vezes ao dia, e a quantidade de ração foi calculada pelo método de conversão alimentar programada. Para o desafio com WSSV, 14 animais por tratamento foram transferidos para tanques de 50 L, aclimatados por 48h, e então infectados oralmente com carga viral total de 2,6x106 por grama de animal. Após a infecção, os camarões foram mantidos por 108 h sob temperatura subótima (22°C), seguidos por 12 h de elevação da temperatura até atingir 28 °C (0,5 °C h-1) e mais 48 h sob temperatura ótima (28°C), totalizando 7 dias. A mortalidade foi monitorada a cada 3h ao longo de toda infecção. As amostras de hemolinfa foram coletadas 96 h e 168 h após a infecção viral. Os dados foram testados quanto a normalidade e homogeneidade, para atender os requisitos da ANOVA e MANOVA. Os tratamentos com suplementação de 3% e 4% de Aurantiochytrium sp. apresentaram menor mortalidade durante o período sob temperatura subótima e ao final do bioensaio apenas o nível de 4% resultou em menor mortalidade (p<0,5), porém não foi observado diferença nos parâmetros hemato-imunológicos entre os tratamentos (p>0,05). Ao utilizar a análise multivariada para avaliar os diferentes parâmetros e condições, observou-se que o T0 durante o período sob temperatura de 22°C diferiu dos demais tratamentos, em decorrência do expressivo aumento da mortalidade neste período, bem como dos reflexos sobre a atividade da PO e do título de aglutinação. Deste modo, os resultados sugerem que a suplementação de Aurantiochytrium sp., em particular o nível de 4%, pode ser benéfica para produção de camarões sob temperatura subótima e na mitigação dos efeitos de estresses por variação térmica e infecção viral.