Impacto da microbiota, idade e sistema de alojamento do macho suíno na contaminação bacteriana e produtividade de doses de sêmen.
bacteriologia de sêmen, sêmen suíno, líquido prepucial, lavado prepucial.
Um número considerável de estudos sugere o impacto negativo da contaminação bacteriana nas doses de sêmen suíno. O processo nas centrais produtoras de sêmen se concentra em produzir doses livres de quaisquer bactérias ou mitigando o seu aparecimento, usando como alternativas o aumento do uso de antibióticos ou mudanças constantes dos diluentes, sem entenderem a carga bacteriana ou os tipos de bactérias que fazem parte da microbiota local. O conhecimento do impacto da microbiota do macho na contaminação dos ejaculados pode trazer alternativas para o controle da contaminação, melhorando assim a fertilidade da dose e minimizando a utilização de antimicrobianos nas doses inseminantes, podendo ter impacto na redução de genes de resistência a antimicrobianos na suinocultura. Assim, este estudo tem como objetivo avaliar o efeito da microbiota do macho (intestinal e prepucial) e fatores que podem modular a mesma, como local de alojamento, idade do cachaço, uso de antimicrobianos, lavagem prepucial na contaminação bacteriana de ejaculados e a consequência desta contaminação no potencial reprodutivo (in vitro) de doses armazenadas por 5 dias sob refrigeração. No experimento 1, foram usados 24 cachaços da mesma linhagem genética divididos em dois grupos de acordo com a origem de nascimento (origem 1, n=12 e origem 2, n=12). Os machos ficaram 30 dias em um galpão de quarentena e após foram transferidos para dois galpões de coleta de sêmen na mesma unidade produtora de sêmen. Foram realizadas coletas de swab prepucial, líquido prepucial e de ejaculado puro, sendo 2 coletas no período de quarentena e outras 5 coletas nos galpões principais. Foi realizado análise seminal, quantificação e isolamento bacteriano das amostras coletadas. No experimento 2 foram usados 72 cachaços da mesma linhagem genética e idade semelhante, divididos em dois grupos, sem lavado prepucial (grupo 1, n=36) e com lavado prepucial (grupo 2, n=36). Os machos foram alojados no mesmo galpão e foram coletados por 6 semanas. O processo de lavagem prepucial no grupo 1 foi realizado com solução fisiológica a 0,9% de cloreto de sódio com infusão no divertículo e canal prepucial. Para ambos os tratamentos foram coletadas amostras de swab prepucial, porção pré espermática, ejaculado puro e doses diluídas de todos os cachaços. Espera-se que haja uma diferença na contaminação bacteriana dos ejaculados bem como na produtividade das doses produzidas de acordo com a origem e idade dos reprodutores, assim como espera-se que o efeito do lavado prepucial com solução fisiológica seja benéfico em relação a redução do nível de contaminação do ejaculado.