Distribuição Espacial da Tuberculose Bovina em Santa Catarina, Brasil.
Risco relativo, mycobacterium bovis, mapeamento, vigilância.
A tuberculose bovina é uma bacteriose causada pelo Mycobacterium bovis, caracteriza-se por ser de difícil detecção, causar grandes prejuízos econômicos à bovinocultura e apresentar riscos à saúde pública. Desde 2017, o estado de Santa Catarina decidiu por erradicar a doença através da melhoria da vigilância e da política de eliminação de todos os animais positivos em uma propriedade foco. Este trabalho objetiva mensurar o risco relativo para detecção da tuberculose bovina no estado de Santa Catarina entre os anos de 2019 e 2021 e analisar a relação com a vigilância ativa. Os dados foram minerados do banco de dados do sistema Sigen+ da Cidasc – Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina. As propriedades foram estratificadas de acordo com fatores de risco detectados por Veloso et al (2012) e foi calculado uma taxa padronizada de detecção (TPD) que posteriormente foi suavizada por um modelo que contabiliza a dependência espacial utilizando o pacote INLA do software R. O risco relativo resultante classificou os municípios em risco menor ou igual a 1, em que o número de focos detectados foi menor do que o esperado e maior que 1, em que o número de focos foi maior do que o esperado. Uma razão de chances foi calculada para verificar a relação entre municípios do primeiro e do segundo grupo e a vigilância ativa. Dos 129 municípios com focos detectados no período, 65 apresentaram risco de detecção acima do esperado. A razão de chances para municípios que apresentaram focos detectados pelo componente de vigilância ativa e risco de detecção acima de 1 foi de 27,5, conclui-se que a política de testes baseada nas propriedades com maior probabilidade de se apresentarem positivas, é fundamental para detecção, mas a vigilância ativa baseada em suspeitas é importante para detectar focos em propriedades que não possuem fatores de risco.