Eficácia anti-helmíntica in vitro em Eurytrema coelomaticum.
Bovinos, Parasita, Euritrematose, Controle, Fármaco.
Euritrematose bovina é causada pelo Eurytrema coelomaticum, um trematódeo de ductos pancreáticos em ruminantes, predominantemente nos estados do sul do Brasil. Lesões pancreáticas macroscópicas foram relacionadas à atrofia pancreática, pancreatite intersticial fibrosante e obliteração total ou parcial dos ductos pancreáticos. Conjectura-se que possam ocasionar transtornos nas funções secretoras do pâncreas, processos digestivos e metabólicos dependentes destas, ocasionando perdas de produção em bovinos leiteiros e de corte. Não há tratamento clínico efetivo para o controle da Euritrematose bovina e somente o fármaco praziquantel obteve eficácia comprovada in vitro. O objetivo deste trabalho é avaliar, separadamente, a atividade anti-helmintica dos fármacos praziquantel e nitazoxanida frente ao parasito adulto Eurytrema coelomaticum. Exemplares de E. coelomaticum serão obtidos do pâncreas de bovinos naturalmente infectados, coletados em animais abatidos em frigoríficos da região oeste de Santa Catarina. Os parasitos serão mantidos em solução salina e acondicionados em caixa térmica com temperatura de 37ºC e encaminhados ao laboratório de Parasitologia Animal do Instituto Federal Catarinense – Campus Concórdia. Posteriormente, serão lavados em meio RPMI 1640 tamponado com HEPES 20µM para a remoção completa de sangue do hospedeiro. Será avaliado a integridade anatômica dos parasitos em microscópio óptico e os exemplares íntegros serão transferidos para placas de cultura de tecido contendo 2 mL de meio RPMI 1640 suplementado com penicilina (50UI/mL), estreptomicina (50 mg/mL) e soro fetal bovino (10%). Serão utilizados 10 helmintos por placa, divididos em: Grupo I – Controle; Grupo II – Tratamento com Praziquantel; Grupo III – Tratamento com Nitazoxanida; em três repetições. Como controle, será utilizado o meio RPMI sem os medicamentos antiparasitários . As placas de cultura serão incubadas à 37 ºC com 5% de CO2 e examinadas a cada hora até as 12 primeiras horas do experimento, e após, a cada 12 horas, totalizando 72 horas de incubação. Nesse período será verificado a viabilidade dos helmintos, observando a motilidade e a presença de ovos do parasita no meio de cultura. A motilidade será pontuada usando os seguintes critérios: 3 (mover o corpo inteiro), 2 (mover apenas partes do corpo), 1 (imóvel, mas não morto, sem manchas de corante vital) e 0 (imóvel, corado com corante vital). Após as 72 horas de incubação os parasitos serão encaminhados para processamento histológico clássico para a avaliação de lesões tissulares. Os resultados obtidos serão submetidos ao teste de Kruskal-Wallis por análises estatísticas efetuadas com o programa computacional SAS® (Statitical Analysis System) e consideradas significativas quando P<0,05.