Hantavirose em Santa Catarina: um estudo epidemiológico baseado no banco de dados do Ministério da Saúde no período de 2009 a 2019.
Zoonoses, Hantavírus, Saúde Pública.
A Hantavirose é uma zoonose emergente, com ocorrência em todo o mundo. Devido sua rápida evolução e alta taxa de letalidade é considerada um problema de saúde pública. Nas Américas o Brasil se destaca com elevado número de casos, sendo Santa Catarina o estado com maior número de notificações de acordo com o último levantamento realizado pelo Ministério da Saúde. O objetivo deste estudo é conhecer o perfil epidemiológico e distribuição geográfica dos casos de Hantavirose em Santa Catarina no período de 2009 a 2019 baseados no banco de dados do Ministério da Saúde. Para isso, foi feito um estudo de série de casos, descritivo, e um estudo coorte retrospectivo, avaliando os desfechos de internação e óbito dos casos positivos de Hantavirose notificados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) de 2009 a 2019. Analisou-se as variáveis quanto à pessoa, tempo, lugar, antecedentes epidemiológicos, sintomas, resultados laboratoriais, e procedimentos terapêuticos utilizados. Para o estudo descritivo aplicou-se as análises de média, mediana, proporção, letalidade e densidade dos casos, utilizando-se dos softwares TABWIN e Microsoft Office Excel. No período de 2009 a 2018 foram notificados 163 casos, com registro da doença em todas as regiões do estado, concentrado 52% do total na região oeste e meio oeste. Concórdia foi o município com maior número de notificações. A doença mostrou predominância em adultos de 35 a 49 anos, do sexo masculino, de zona rural e baixa escolaridade. A forma clínica predominante foi a Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH), sendo 96% dos casos confirmados por critério laboratorial. O índice de hospitalização foi de 88%; destes, 44% necessitaram de suporte respiratório. Os sintomas mais frequentes foram febre, cefaleia, mialgia, náuseas/ vômito, dispneia e tosse. A letalidade durante o período foi de 31%. As análises estatísticas ainda estão sendo desenvolvidas. Os dados deste estudo ajudarão na compreensão do comportamento deste agravo na população catarinense, contribuindo na melhoria do diagnóstico precoce e propiciando a adoção de estratégias de saúde pública que permitam melhor vigilância deste agravo e a diminuição da sua letalidade.