Análise de Vegetação Após Execução de Projetos de Recuperação de Área Degradada.
Restauração Florestal; Áreas Degradadas; Mata atlântica; Restinga; Ambiente Referência.
A presente dissertação de mestrado engloba dois estudos distintos, abordando aspectos do processo de restauração florestal. O primeiro ocorreu em uma área restaurada no Parque Estadual do Acaraí, em São Francisco do Sul, Santa Catarina, região de Mata Atlântica, caracterizado pela formação de Floresta Ombrófila em ambiente de restinga. A restauração teve início em 2013, com o plantio de espécies arbóreas nativas, isolamento, identificação e monitoramento por 3 anos. Durante o período de monitoramento foram feitas adequações ao projeto e inseridas novas técnicas. Em 2022 foi realizado o levantamento florístico da área, em cinco unidades amostrais, sendo quatro áreas restauradas e um ambiente controle, neste estudo identificou-se, 131 espécies nas 5 unidades amostrais, com 80 presentes em áreas restauradas e ambiente referência. A taxa de sobrevivência das espécies plantadas foi de 43%, com maior presença de espécies pioneiras, entre as sobreviventes. As áreas restauradas mostraram composição mais semelhante entre si, e menos semelhantes com o ambiente referência. A escolha das espécies arbóreas se mostrou inadequada e revela a necessidade de planejamento detalhado e técnicas específicas para cada ambiente a ser restaurado. O segundo estudo aborda o impacto humano na fragmentação do habitat e a importância da reconexão florestal para a biodiversidade. A pesquisa descreve e avalia área recuperada na Mata Atlântica, em ambiente de floresta ombrófila densa, restaurado entre 2012 e 2021. A taxa de mortalidade das mudas inserida foi de apenas 19,16% e foram identificadas 62 espécies de regeneração natural, porém a espécie invasora Melinis minutiflora prejudicou a restauração do ecossistema. As espécies Inga sessilis, Inga marginata e Schinus terebinthifolius apresentaram excelente adaptação ao local restaurado. Técnicas de nucleação contribuíram para a biodiversidade e regeneração, enfatizando a importância da interação espécie-ambiente. Esses estudos destacam a natureza multifacetada da restauração florestal, ressaltando a necessidade de seleção cuidadosa das espécies, planejamento detalhado e técnicas estratégicas para resultados eficazes na recuperação de ecossistemas degradados.