AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE MÉTODOS FÍSICO-QUÍMICOS E MICROBIOLÓGICOS PARA DEGRADAÇÃO DE ANTIBIÓTICOS.
Antibióticos, sonólise; ozonização; biodegradação; efluentes hospitalares.
Muitos medicamentos não podem ser degradados durante o tratamento biológico convencional e alguns deles (incluindo metabólitos) não são adsorvidos pelo lodo do esgoto, ficando biodisponíveis, tanto nos efluentes tratados e liberados no ambiente, quanto nos lodos aplicados em solos. A seleção de microrganismos resistentes a antibióticos e a disseminação de genes de resistência no ambiente promovidos por esses resíduos de antibióticos podem impactar a estrutura e a função da microbiologia ambiental, além de trazer preocupações à saúde pública. Assim, este trabalho teve por objetivo avaliar a eficiência de dois métodos físico-químicos (ultrassom-US e ozonização–O3) na degradação de três antibióticos (Metronidazol-MET, Amoxicilina-AMO e Ciprofloxacino-CIP) em efluentes sintéticos submetidos a 3 pHs diferentes (3, 7 e 10) e também avaliar se a co-compostagem clássica destes compostos junto com resíduos vegetais domésticos poderia ser eficiente para tratar lodos contaminados com estes medicamentos. Os resultados mostraram que há uma influência do pH e do tempo de tratamento nos métodos físico-químicos de degradação, principalmente no caso da ozonização, pois no caso de se usar o US na degradação dos antibióticos testados, este método não mostrou ser eficiente nem mesmo com mudanças de pH no meio reacional nas condições testadas. A eficiência máxima do US foi de 6,0%, (CIP) 12,6% (MET) e 2,8% (AMO) para o pH = 7 após 30 min de tratamento. Já para o tratamento com ozônio, a ordem geral de eficiência de degradação em relação aos valores pH foi de pH 10 > pH 7 > pH 3. Após 30 min de tratamento obteve-se as seguintes porcentagens de degradação em função dos pHs: 88,1% (pH = 10), 79,5% (pH = 7,0) e 70,4% (pH = 3,0). Para o caso do MET em pH 7, após 20 min obteve-se uma degradação total (100 %), o que também foi obtido nos outros pHs depois de 30 min de tratamento. No caso da AMO, após 30 min de tratamento obteve-se as seguintes porcentagens de degradação em função dos pHs: 87,6% (pH = 10), 79,5% (pH =7,0) e 70,5% (pH = 3,0). Com relação à co-compostagem, AMO foi degradado em menos de 15 dias e MET em menos de 60 dias, CIP residual estava presente mesmo após 60 dias. Com base na análise das concentrações de antibióticos, nos primeiros 5 dias do processo de co-compostagem, 85% do AMO, 50,2% do CIP e 59,9% do MET foram degradados, enquanto 99,5% do AMO foi biodegradado após 15 dias, 98,7% do CIP foi degradado após 60 dias, e 99,6% do MET foi degradado após 30 dias. A esterilização do compostos final por autoclave comprova que essa técnica pode ser utilizada para evitar a disseminação ambiental de microrganismos que tiveram contato com antibióticos. Este estudo contribui para a prevenção de impactos ambientais causados por antibióticos.