Cidadãos para o Mundo do Trabalho: os IFs e o projeto societário de desenvolvimento
Educação Profissional Tecnológica, Institutos Federais de Ciência e Tecnologia, Estado, burguesia brasileira, classe trabalhadora.
Este trabalho versa sobre a Educação Profissional, Científica e Tecnológica no Brasil, e as contradições que a possibilitou chegar à forma a qual se encontra na atualidade, expressa nos Institutos Federais de Educação Científica e Tecnológica, produto de uma política pública do Estado brasileiro constituída no apagar das luzes do ano de 2008 cuja genealogia reside nas experiências de lutas da classe trabalhadora brasileira a partir dos anos de 1970, enquanto a essência que as estruturaram, encontra-se na proposta societária que constituiu a crítica à sociedade burguesa do século XIX e que possibilitou condições reflexivas para a elaboração da proposta de educação politécnica enquanto contraponto à formação burguesa unilateral, tendo como perspectiva a formação omnilateral junto em uma nova sociedade. Ao longo do texto que se apresenta, o leitor vai se deparar, no primeiro momento, com a introdução e a apresentação do artigo expandido, cujo significado, é o da dissertação de mestrado. O conteúdo do artigo é essencialmente o dos caminhos teórico-metodológico da pesquisa, os problemas e as mudanças de rumos, o processo de constituição do produto educacional e os impasses durante a aplicação e avaliação análise dos dados. Ao final defendemos a continuidade e expansão dessa experiência educacional com acesso prioritário às camadas menos favorecidas. No segundo momento, no apêndice “A”, o leitor tem a sua disposição o conteúdo do produto educacional, o e-book “Uma história por fazer-se: o sentido da formação profissional nos IFs”. Neste trabalho o leitor vai se deparar com a trajetória da educação profissional no Brasil de modo indissociável aos processos políticos que disputaram e determinaram os rumos da nação seja na forma das convergências, seja na da ruptura que deu origem a Rede Federal de Educação Científica e Tecnológica. Para entender tais disputas, encruzilhadas, rupturas e conciliações, se fez necessário mergulhar nas origens e particularidades do Estado brasileiro e identificar a característica mandonista do campo hegemônico da burguesia brasileira, a qual a posiciona mais próxima de concepções constitutivas do antigo regime que à concepções de caráter liberal democrático, concepções essas construídas por meio de uma estratégia de caráter democrático e popular onde o maior dos consensos é o de “enterrar” o velho e a perspectiva de que o novo amplie e melhore as condições de ação da vida que emergiu com o parto da lei 11.892.