EDUCAÇÃO DIGITAL NO INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE: UMA ANÁLISE DAS PROPOSIÇÕES PARA OS CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS AO ENSINO MÉDIO
Educação digital; Instituto Federal Catarinense; Competências digitais; Ensino Médio Integrado, Cursos Técnicos.
A presente dissertação investiga as proposições sobre educação digital nos cursos técnicos integrados ao ensino médio do Instituto Federal Catarinense (IFC). Em um contexto de crescente digitalização social e à luz das diretrizes estabelecidas por legislações como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e a Política Nacional de Educação Digital (PNED), o estudo aborda o problema de como o IFC propõe a educação digital para essa modalidade de ensino por meio de seus documentos de referência, particularmente no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), Projeto Político Institucional (PPI) e os Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs). O objetivo geral da pesquisa foi analisar as proposições do IFC referentes às competências da educação digital em suas normativas, com objetivos específicos de identificar tais competências no aporte teórico e nas legislações nacionais, e relacioná-las às normativas institucionais. A metodologia empregada foi de natureza qualitativa, utilizando pesquisa documental e a análise de conteúdo para a interpretação dos dados. O referencial teórico que subsidiou a construção dos critérios de análise integrou a PNED (Lei nº 14.533/2023), as perspectivas de letramento midiático de Varis e Tornero (2010) e os elementos da cidadania digital de Mike Ribble (2015), resultando na definição de cinco categorias de análise: Acesso, Infraestrutura e Inclusão; Pensamento Crítico e Resolução de Problemas; Segurança, Saúde e Bem-Estar Digital; Ética, Direitos e Responsabilidades Digitais; e Comunicação, Cultura e Participação Digital.
Os resultados da pesquisa revelam que, embora o PDI do IFC demonstre um compromisso institucional com a educação digital, a transposição dessas diretrizes para os PPCs é predominantemente parcial e heterogênea, com uma média geral de apenas 28% de atendimento pleno aos critérios estabelecidos. As categorias de Pensamento Crítico e Resolução de Problemas, e Comunicação, Cultura e Participação Digital, apresentaram maior contemplação. Contudo, as maiores lacunas foram identificadas em Segurança, Saúde e Bem-Estar Digital, e Ética, Direitos e Responsabilidades Digitais, áreas onde a abordagem é limitada ou ausente, especialmente no que tange à proteção de dados, prevenção de cyberbullying e ensino de legislações específicas. A análise individualizada por curso corroborou essas variações na integração da educação digital entre as diferentes modalidades.
Em termos de considerações finais, o estudo contribui com um diagnóstico detalhado da inserção da educação digital nos PPCs do IFC, evidenciando áreas de maior e menor aderência às normativas e teorias, e fornecendo uma visão granular que pode subsidiar o aprimoramento curricular. As limitações da pesquisa incluem a restrição à análise documental, não abrangendo a prática pedagógica diária. Para trabalhos futuros, sugere-se a investigação da efetividade da implementação curricular e a percepção de docentes e discentes, bem como a análise de ações não formalizadas em documentos permanentes, a fim de obter uma compreensão mais completa do fenômeno.