“AS FILHAS DA MÃE”: EXPERIÊNCIAS DE FILHAS DE MÃES SOLO QUE SE TORNARAM PROFESSORAS
Professoras. Mães Solo. Experiências. Mulheres. Memórias.
Esta dissertação foi desenvolvida na linha de pesquisa Processos Educativos e Inclusão do Programa de Pós-graduação em Educação do Instituto Federal Catarinense – Campus Camboriú – SC. Trata sobre mulheres (Oyèrónkẹ Oyěwùmí, 2021; Monik Witting, 2020) professoras, mais especificamente sobre professoras filhas de mães solo, conceito este que, como se verá ao longo da pesquisa, representa ainda novidade no campo científico (Vera Iconelli, 2023; Elizabeth Banditer, 1985, 2011; Simone Beauvoir, 2016; Sabrina Finamori e Maria Alice Batista, 2020). Teve como objetivo geral analisar, por meio das narrativas, como as experiências vivenciadas por mulheres filhas de mães solo, que se tornaram professoras das redes públicas da Região da Foz do Rio Itajaí, nascidas entre 1970 e 2000, afetaram suas trajetórias e a construção do devir mulher e professora, considerando as intersecções de raça, classe, gênero, território e demais atravessamentos. A metodologia utilizada foi a analítico-descritiva e interpretativa, de Gabrielle Rosenthal(2011), com entrevistas semiestruturadas. As análises foram realizadas por meio do diálogo entre a empiria, a teoria e a conjuntura social e política do período histórico pesquisado. Como base teórica, utilizamos a interseccionalidade em Patricia Hill Collins& Sirma Bilge (2021) e Patricia Hill Collins (2022)e as experiências em Conceição Evaristo (2014; 2018; 2021), bem como diversas teóricas e feministas, tencionando priorizar intelectuais negras, indígenas, latinas e do sul global, sempre que possível. Como se verá, as narrativas de Sallas, Araucária e Isabella apontam suas experiências e as possibilidades de escolhaque envolvem principalmente a Educação. Suas experiências são atravessadas pela luta diária de suas mães solospela sobrevivência, que compõe suas visões de mundo, bastante semelhantes,e as aproxima como grupo social.