Estado do Conhecimento sobre jovens e adultos com deficiencia intelectual no contexto educacional brasileiro, 2015-2022
Deficiência Intelectual. Serviços e Atendimentos Educativos. Jovens e Adultos. Educação Especial. Processos Educativos. Inclusão.
Este trabalho apresenta os resultados parciais de uma pesquisa de Mestrado em Educação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação (PPGE) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense (IFC), junto a linha de pesquisa Processos Educativos e Inclusão. Propôs-se analisar, por meio de um Estado do Conhecimento (EC), o que revelam as discussões das produções acadêmicas brasileiras de dissertações e teses publicadas na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e no Catálogo de Teses e Dissertações da Capes sobre o desenvolvimento de serviços e/ou atendimentos educativos voltados para jovens e adultos com deficiência intelectual (DI), em um recorte temporal de 2015 a 2022. Constitui-se enquanto método e metodologia o estado do conhecimento, cujo percurso metodológico encontramos caracterizado por Morosini, Kohls-Santos e Bittencourt (2021). As análises e interpretações dos dados terão como fundamento pressupostos da abordagem quanti-qualitativa (MINAYO; SANCHES, 1993), com a utilização articulada entre os métodos Estado do Conhecimento (MOROSINI; KOHLS-SANTOS E BITTENCOURT, 2021) e Análise de Conteúdos (BARDIN, 2016), que possibilitarão a construção e análise do nosso corpus. Buscaremos abordar a relação do conceito de deficiência intelectual com as concepções sociais, políticas e ideológicas presentes ao longo da história, tendo como norte os meios de produção, materializado no trabalho, para justificar a estigmatização desses sujeitos, que os acometeu a situações desde o abandono até o processo de inclusão. Autores como Marx (1977), Andery et al. (2001), Goffman (2008), Baptista e Resende (2009), Bianchetti (2012), Tomasini (2012), Foucault (2014), Lopes e Fabris (2020) dentre outros pesquisadores contribuíram para o desenvolvimento dos aportes teóricos e análises que sustentam esta proposta. A pesquisa, ainda que em estado parcial, evidencia que estigmatizados ao longo da história, como desviantes das normais sociais e considerados como uma ameaça ao equilibro e a manutenção da sociedade, as pessoas com deficiência intelectual foram expostas a mecanismos de controle social que os privaram de oportunidades acadêmicas e sociais que repercutem em suas vidas ainda hoje. É essencial consideramos que a expectativa de vida das pessoas com deficiência intelectual aumentou significativamente devido ao avanço da ciência. No entanto, essa conquista apresenta desafios para a sociedade em termos de oferecer políticas públicas e serviços especializados que considerem seus processos singulares de desenvolvimento e garantam o direito à vida autônoma, participativa e livre de preconceitos em todas as fases de vida. Espera-se, como resultado, contribuir para a reflexão sobre o impacto dos serviços e/ou atendimentos educativos na vida das pessoas com deficiência intelectual, ampliando as evidências científicas da área acerca do desenvolvimento de políticas de educação, do funcionamento das instituições de educação e com a qualidade de vida dos jovens e adultos com deficiência intelectual.